A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reafirmou esta segunda-feira, em Luanda, o compromisso de mobilizar 150 mil milhões de euros para África até 2027, no âmbito do programa Global Gateway, iniciativa estratégica destinada a acelerar projectos de infra-estruturas, dinamizar o empreendedorismo e reforçar a integração económica no continente.
A líder do executivo europeu falava na abertura do Fórum Empresarial União Africana–União Europeia, onde sublinhou que a dimensão financeira do Global Gateway é “crucial” para intensificar as ligações económicas entre os dois blocos. Von der Leyen destacou que o envolvimento do sector privado será determinante para transferir tecnologia, desenvolver competências e gerar emprego em mercados africanos em expansão.
Apesar do contexto internacional adverso, a responsável assinalou que as relações económicas entre a União Europeia e África “ganharam novo impulso” desde a última cimeira, em 2022. A UE mantém-se como principal parceiro comercial do continente, absorvendo um terço das trocas africanas, e foi também o maior investidor em 2023, com um volume de 2,4 mil milhões de euros.
No âmbito do Global Gateway, Von der Leyen revelou que mais de 120 mil milhões de euros já foram activados, dirigidos sobretudo a projectos de digitalização, expansão de infra-estruturas e desenvolvimento de cadeias de valor industriais. Entre os exemplos citados destaca-se o reforço das redes de cabos de dados na África Oriental e Ocidental, investimentos que, segundo a presidente da Comissão, “multiplicam o impacto de cada euro aplicado”.
A dirigente europeia identificou ainda três prioridades para acelerar o fluxo de capital europeu para África: financiamento acessível, apoio ao empreendedorismo e avanço da integração regional. A falta de acesso a capital continua a ser um dos maiores entraves aos projectos africanos, pelo que Bruxelas tem vindo a reforçar garantias e instrumentos de redução de risco destinados a atrair investidores privados.
No domínio empresarial, Von der Leyen lembrou que África apresenta a taxa mais elevada de criação de negócios a nível mundial, embora muitos acabem por não sobreviver devido à ausência de infra-estruturas adequadas, limitações de mercado e dificuldade em obter financiamento. Para mitigar estes desafios, a UE tem intensificado programas de formação, inovação e ligação de jovens empreendedores às cadeias de valor regionais.
@pocnoticias.ao





