Kiev voltou a reforçar os apelos à comunidade internacional para isolar Moscovo e acelerar o fim da guerra, sublinhando que o conflito tem um custo diário de 220 milhões de dólares para o Estado ucraniano.
Em declarações a jornalistas de países de língua portuguesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andriy Sybiha, pediu uma “reação forte” e “medidas mais decisivas” contra a Rússia, destacando o papel de África e do Brasil como parceiros estratégicos. “É por isso que também precisamos do vosso apoio. Apoio dos países africanos, apoio diplomático e político”, afirmou.
O diplomata lembrou que a guerra já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados e está a ter um impacto devastador sobre infraestruturas civis e militares. Ao mesmo tempo, advertiu que a Rússia está a tentar usar fóruns como os BRICS para legitimar as suas ações, alertando para a importância da posição do Brasil e de outros países emergentes.
Sybiha afirmou que Kiev está interessada em reforçar relações comerciais fora da Europa, com especial destaque para África, região que vê como parceira essencial no pós-guerra. Contudo, deixou claro que existem “linhas vermelhas” inegociáveis: “Nunca aceitaremos qualquer fórmula que ponha em causa a nossa integridade territorial, soberania ou liberdade de alianças”.
Apesar da abertura para negociações de paz, o chefe da diplomacia ucraniana frisou que a Rússia não dá sinais de querer negociar seriamente, intensificando antes ataques aéreos sobre cidades e infraestruturas. “O Presidente Zelensky está pronto para se encontrar com Putin em qualquer lugar, menos em Moscovo, para discutir as questões mais delicadas. Agora precisamos de pressionar a Rússia a aceitar esta proposta”, concluiu.
A Ucrânia alerta que a guerra “não é apenas sobre o seu território”, mas um teste à reação da NATO, do Ocidente e do resto do mundo, sublinhando que África não pode permanecer à margem de um conflito que já alterou equilíbrios globais e económicos.
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