Muito pouco Desportivo no Sul da Lunda e uma réstia de Esperança vindo do Norte da Lunda
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Após a proeza de conquistar o 3º lugar no último Girabola e garantir a estreia em competições africanas, a equipa da Lunda Sul atravessa uma temporada aquém das expectativas, ocupando actualmente a 11ª posição no campeonato, com apenas 15 pontos em 12 jogos disputados, bem longe dos lugares de acesso às competições continentais.
Como se não bastasse, o clube da Lunda Sul começou a Taça CAF com o pé esquerdo, limitando-se a cumprir calendário. Eliminado da fase de grupos na 4ª jornada, somou apenas 1 ponto em 4 jogos e ocupa o último lugar do Grupo B, com 3 derrotas.
Apesar das dificuldades internas, que revelam a necessidade de melhoria no conjunto campeão do Girabola de 2020/2021, a equipa ocupa actualmente a modesta 8ª posição, com 17 pontos em 12 jogos. No entanto, se no Sul as coisas não correram bem, pelo menos no Norte ainda há esperança. O Sagrada Esperança, que representa a região, está a dois pontos do 1º lugar no Grupo D da Liga dos Clubes Campeões da CAF, ocupando a 3ª posição com 5 pontos. O grupo é liderado pelo temido Espérance de Tunis e pelo Pyramids FC, do Egipto, ambas com 7 pontos.
Embora o futebol angolano esteja habituado a ser representado nas competições africanas pelos “papões” do nosso Girabola, que ocasionalmente conseguiam boas prestações, passando a fase de grupos e, por vezes, chegando às meias-finais, é urgente melhorar o panorama actual do campeonato nacional. A qualidade das nossas equipas precisa de evoluir, e isso começa com um reforço substancial no Girabola.
A principal razão para o actual estado das nossas equipas e a fraca participação nas competições africanas é clara: a falta de investimento no campeonato interno. Durante anos, a luta pelos títulos tem sido uma corrida a dois, com uma ou outra equipa a surgir ocasionalmente para disputar um lugar nas competições africanas, mas sem grande impacto.
Os problemas, ou melhor, o problema, é visível e não pode ser ignorado. É fundamental que todos os actores envolvidos — empresários, patrocinadores, gestores das equipas, Federação Angolana de Futebol e o Ministério da Juventude e Desporto — trabalhem em conjunto para transformar esta realidade.
Precisamos de deixar de ser meros participantes nas competições africanas e passar a ser candidatos a vencê-las. Quer com os nossos “papões” do futebol interno, quer com outras equipas, é essencial que todos se envolvam na busca por soluções e na melhoria das condições estruturais, de gestão e de competitividade do nosso futebol.