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O Tracking the trends 2024, estudo da Deloitte que apresenta as principais tendências para o sector de mineração e metais, revela os pontos principais que compõe a matriz do seu desenvolvimento futuro, designadamente os desafios, as oportunidades, as expectativas e os índices de procura mundial neste sector.
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Globalmente, o sector Mineiro e de Metais vive um momento de dificuldade de gestão das cadeias de abastecimento, à medida que se acentua a escassez de alguns metais críticos, vitais para a transição energética em curso. Com alternativas de abastecimento, como a mineração urbana, ainda numa fase inicial, as empresas e os governos optam por assinar directamente acordos com as minas e com os fornecedores de metais, decisão que está a conduzir uma remodelação e realinhamento das cadeias de valor tradicionais.
Ao mesmo tempo, as empresas de mineração continuam sob pressão para melhorarem a eficiência dos seus activos e das suas operações, através da adopção da inteligência artificial generativa (Gen AI), da alavancagem de modelos de entrega de terceiros com capacidades de suporte back-office especializados, e do desbloqueio do novo valor dos activos. Trabalhar de forma efectiva e eficiente as três vertentes do ESG é igualmente prioritário neste sector para acelerar o crescimento da indústria de mineração e metais.
Frederico Correia, partner da Deloitte, afima que “No sector diamantífero, Angola é um bom exemplo de desenvolvimento e inovação, com resultados visíveis ao nível produção e com real impacto económico e social como é possível observar através do crescimento da região do leste do país”.
As dez tendências que vão impactar o sector ao longo de 2024
A Deloitte identificou dez tendências que vão impactar a indústria nos próximos 12 a 18 meses, assim como o papel que podem vir a desempenhar na orientação das empresas para atingirem os seus objectivos à medida que procuram captar o valor gerado pela indústria.
- Colocar o objectivo no centro da indústria mineira e metalúrgica, criando uma dinâmica social: Com a procura de metais críticos a ultrapassar a oferta a curto prazo, a indústria mineira e metalúrgica tem de fazer prospecção em regiões anteriormente não exploradas. Embora muitos fornecedores de minérios e metais sejam já forças influentes para o desenvolvimento económico, existe oportunidade para se tornarem ainda mais relevantes no progresso desta indústria.
- Gerir num período de incerteza, desenvolvendo a capacidade de prosperar face à disrupção: As tensões geopolíticas, a escassez de talentos e as pressões para alcançar resultados, os desafios da adopção de Gen IA, estão a criar um ambiente de negócios incerto. Face a este as empresas de mineração e metais têm de ser mais eficazes para potenciarem as oportunidades e gerirem os riscos. A definição de estratégias dinâmicas e a incorporação de opções que conduzam à adaptação das empresas do sector a cenários de mudança e às novas prioridades são fundamentais.
- Negociar para um crescimento centrado no futuro, repensando os investimentos em minerais e metais: Para aumentar o acesso a recursos que são críticos para a sustentabilidade e acelerar a nova capacidade de produção, as empresas estão a avaliar a melhor forma dos investimentos estratégicos acelerarem o fornecimento de metais relevantes, designadamente alianças estratégicas com as empresas da cadeia de fornecimento, com os governos e outras entidades.
- Trabalhar para melhorar os níveis de poluição e para a criação de estratégias ESG que fomentem transições sólidas e saudáveis: Como fornecedores das matérias-primas necessárias para criar um futuro sustentável, as empresas mineiras e metalúrgicas estão perfeitamente posicionadas para liderar o caminho em termos de sustentabilidade, apostando não só na redução das emissões de gases para a atmosfera, mas também na criação de planos de acção para assegurarem a correcta transição climática.
- Colaborar com os governos para repensar a regulamentação, desbloqueando recursos críticos através do licenciamento: Em muitas partes do mundo, os processos de licenciamento de minas duram anos ou mesmo décadas. Embora seja importante o escrutínio dos projectos, é imperativa uma nova abordagem para fornecer minerais críticos num prazo que reflicta os objectivos de zero emissões até 2050.
- Regressar às bases, fomentando o crescimento através de investimentos na exploração: As grandes empresas mineiras poderão ter de gastar mais na exploração de base, em vez de dependerem da compra de minerais a empresas de exploração mais pequenas e sem capacidade de aumentarem a produção num curto espaço de tempo. As fusões e as aquisições assumem um papel fulcral no crescimento das empresas de maior dimensão.
- Enfrentar os desafios da mão de obra através de uma abordagem baseada em competências, equipando as empresas mineiras e metalúrgicas para as necessidades futuras: Face à escassez de competências e ao envelhecimento da mão-de-obra, as empresas do sector têm de redefinir a forma como captam e retêm a mão-de-obra. Mudar o foco das organizações das funções e transferi-lo para as competências de cada trabalhador é mandatório, assim como colaborar com as universidades para produzir currículos e formação profissional que se alinhem com as necessidades do sector.
- Desbloquear o novo valor dos activos existentes, equilibrando prioridades complexas e satisfazendo a procura através da optimização operacional: A combinação de tecnologias operacionais (TO) e ferramentas avançadas de visualização e análise estão a revolucionar a tomada de decisões na indústria mineira e metalúrgica e a mudar paradigmas em funções como o planeamento e a manutenção de minas. Aproveitando a TO para recolher informações, as empresas podem recriar activos no mundo digital, permitindo que os processos e sistemas sejam visualizados e simulados previamente, por forma a evitar desperdício de recursos financeiros.
- Trazer a Gen AI para a indústria mineira e metalúrgica, capitalizando as oportunidades actuais e futuras: A adopção da Gen AI apresenta uma série de oportunidades atractivas, incluindo a abordagem da segurança energética e a melhoria da rentabilidade, gerando eficiências operacionais e resiliência, e reduzindo as emissões.
- Novos modelos de prestação por terceiros, para ganhar agilidade e vantagem competitiva: Com o actual cenário de risco global e as perturbações na cadeia de abastecimento, muitas empresas estão a recorrer a modelos de prestação de serviços de terceiros (TPDM) para determinadas funções empresariais, nomeadamente a cyber-segurança, a obtenção de dados, realização de análises quantitativas e qualitativas, assim como dos relatórios ESG, para colmatar lacunas, gerar valor e eficácia, e fornecer soluções completas.