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João Germano e Silva, director de Desenvolvimento de Negócios do Grupo Mitrelli, questionou, durante o Fórum Angola Economic Outlook 2024, em Luanda, ao Ministro da Agricultura e Florestas sobre qual é hoje o principal factor condicionador para que se possam atingir as metas estabelecidas pelo Executivo, e de que forma Angola poderá reter a sua produção.
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Para o responsável, “Temos hoje cerca de 90% da produção no sector familiar. Os restantes 10% estão no sector empresarial, sendo que têm de ser exponenciados. Um dos factores que implica o constrangimento é que o sector familiar não cresce, enquanto o empresarial tem um potencial muito grande de crescimento, não só em área, mas também em capacidade de produção e em eficácia”, afirmou João Germano e Silva, questionando: “Quais são os constrangimentos que existem hoje no sector e de que forma o Executivo está a olhar para eles e a tentar mitigá-los? Como é que vamos depois transformar a nossa produção, retendo valor? O que nos impede hoje de reter esse valor?”.
António Francisco de Assis, Ministro da Agricultura e Florestas, referiu que “em Angola somos ainda muito poucos, tanto a nível das famílias como de empresários. Não vamos desenvolver um país como Angola com 20 empresários a fazer agricultura – não é possível. E além de sermos muito poucos, a produtividade é ainda muito baixa, no entanto, anteriormente, tínhamos taxas de crescimento do sector em torno de 0,1% ao ano e nos últimos 3 anos estamos a crescer 6,5%, em média, o que já é aceitável em termos de nível de crescimento”. Ressaltou ainda, que há aspectos positivos no que concerne ao cultivo de produtos anteriormente considerados inviáveis como é o caso do trigo e do arroz, e que hoje já se estão a ser cultivados em algumas províncias de Angola.
Nos comentários finais, em resposta ao director de desenvolvimento de negócios do grupo Mitrelli, o Ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns de Oliveira, salientou ser necessário “dizer aos produtores que temos capacidade e vamos comprar a produção que forem capazes de entregar até este limite, com estas características”.
“Este é um passo que precisamos de dar de forma mais consistente. Ainda não chegámos a esse ponto. Precisamos que os empresários privados todos possam participar desse esforço”, afirmou o ministro, salientando a importância de levar todo o grão de arroz ou bago de milho para as indústrias: “Têm de ser trazidos para as indústrias, têm de ser transformados e têm de chegar à mesa dos cidadãos”.
Rui Miguêns de Oliveira adiantou ainda que o Governo está a “trabalhar para garantir que a produção chegue aos centros de consumo, sejam de consumo industrial ou aos consumidores finais”. “Estamos a trabalhar para garantir que se possa recuperar uma boa parte destas capacidades logísticas, de pré-processamento. E que isso garanta que não tenhamos os índices de perda que estamos a assistir nos nossos campos e na cadeia de tratamento dos alimentos.”
Em conclusão, o Ministro da Indústria e Comércio convidou os angolanos a “acreditarem no País”. “Mesmo não tendo todo o conhecimento, toda a tecnologia ou todo o financiamento, temos condições para produzirmos para nós e para um dia nos tornarmos um país fornecedor líquido de bens alimentares para o resto de África e para o Mundo.”
‘Segurança alimentar: realidade, desafios e oportunidades’ foi o mote do Fórum Angola Economic Outlook 2024, que contou com a presença do Grupo Mitrelli, que tem o sector agrícola como uma das suas principais áreas de actuação. O Grupo é especialista na concepção e execução de projectos agrícolas prontos para uso nos sectores público e privado, estando orientado para a segurança alimentar e empenhado em revolucionar a agricultura através de soluções inovadoras que promovam a sustentabilidade.