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A indústria global de petróleo e gás teve um arranque sólido em 2024, impulsionado pela robustez financeira e pelos elevados preços do petróleo, revela o estudo Oil & Gas Industry Outlook 2024 da Deloitte.
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Segundo o estudo da Deloitte que anualmente avalia as perspectivas para o sector, as projecções indicam que o nível de investimento em hidrocarbonetos atingirá os US$580 mil milhões, um aumento significativo de 11% em relação ao ano anterior. A estimativa é que sejam gerados mais de US$800 mil milhões em fluxos de caixa livres ao longo do ano.
Em termos económicos, qualquer flutuação do dólar americano com relação a outras moedas, combinado com a trajectória da actividade industrial e consumo da sociedade civil, poderá ter impacto na inflação, influenciando assim também os preços da energia em 2024.
No entanto, a solidez financeira da indústria implica expectativas elevadas por parte dos investidores, reguladores e de outros stakeholders, que esperam avanços na redução de emissões, o reforço do investimento em energias de baixo carbono e ganhos mais elevados para os accionistas. Este cenário promete ser um catalisador para que a indústria se foque ainda mais na redução de emissões e no desempenho económico.
Relativamente ao contexto da indústria em Angola, Frederico Martins Correia, Partner da Deloitte para o Sector de Energia, Recursos e Indústria, revela que “o ano de 2024 deverá ser de consolidação. A saída da OPEP permite manter o objectivo de incremento de produção e superar o valor médio de 1,2 M barris/dia.
Por outro lado, apesar de os investimentos no sector estarem a ser muito escrutinados, a ANPG tem garantido contratos chave para o sector em novos campos offshore, onshore e campos marginais de actuais concepções. Por último, o Orçamento Geral do Estado foi realizado com base no preço referência do Brent inferior a 70 USD, o que dá alguma tranquilidade em relação a possíveis flutuações”.
O estudo destaca cinco tendências que se espera venham a desempenhar um papel crucial na definição das estratégias e das prioridades das empresas de petróleo e gás em 2024, designadamente:
- Transição Energética: alocação prudente de capital e execução eficaz de políticas de energia limpa;
- Minerais Críticos: participação activa na transição energética, assegurando uma posição estratégica na cadeia de abastecimento para enfrentar riscos do mercado final;
- Comércio Global de Energia: a interacção da OPEP e dos seus parceiros na gestão dos fornecimentos de energia, junto com a situação no Médio Oriente, pode influenciar significativamente o equilíbrio da oferta e da procura de petróleo e gás;
- Investimento em Tecnologia: implementação da Inteligência Artificial generativa para promover soluções inovadoras e maior criação de valor;
- Subsector Refinação e Distribuição : renovação da indústria de refinação em alinhamento com os padrões da procura, promovendo a eficiência e a sustentabilidade.
Ao mesmo tempo, o ano de 2024 poderá ser muito dinâmico do ponto de vista das fusões e aquisições na indústria de petróleo e gás. As propostas de aquisição da Pioneer Natural Resources pela ExxonMobil e da Hess Corp pela Chevron Corporation, por 64,5 mil milhões de dólares e 60 mil milhões de dólares, respectivamente, podem dar início a uma nova era de meganegócios e de consolidação na indústria, em particular na vertente mais petrolífera.
Também o preço actual do petróleo e do gás e o número limitado de projectos de perfuração a nível global podem levar alguns grandes compradores a adquirir novas áreas e a procurar melhorar a eficiência operacional através de fusões e aquisições. Paralelemente, as incertezas regulamentares e geopolíticas, combinadas com os elevados custos de capital, podem atrasar algumas decisões de investimento a nível global.