A Inteligência Artificial (IA) irá gradualmente impactar a actividade das organizações, sendo o elo comum que une todas estas evoluções: da interacção com os sistemas, à forma como as organizações tomam decisões críticas e protegem os seus dados.
As conclusões fazem parte da 16.ª edição do estudo Tech Trends da Deloitte, apresentado durante o ANGOTIC 2025, que identifica as tendências emergentes que estão a moldar o futuro dos negócios e da tecnologia.
Para António Veríssimo, Partner de Technology & Transformation da Deloitte em Angola, “A Inteligência Artificial está a deixar de ser uma promessa para se tornar numa infra-estrutura transversal actual, cada vez mais presente em todos os sectores de actividade e funções das organizações, incluíndo em Africa e no nosso país. Em mercados como o nosso, esta transformação representa uma oportunidade única de acelerar o progresso económico, operacional e humano.”.
Entre as várias tendências apresentadas no estudo, foram destacadas três para o contexto angolano, pela sua relevância de maturidade e na curva de adopção pelas organizações empresariais e instituições nacionais:
Informação: O que se segue na Inteligência Artificial
À medida que a IA se torna mais presente, há uma mudança significativa na sua arquitectura: as empresas estão a adoptar modelos de IA mais pequenos, flexíveis e especializados (SLM’s), capazes de responder a necessidades específicas, como mais segurança, melhor consumo energético e funcionalidades de utilização mais adequadas às necessidades especificas de cada negócio. Em complemento à utilização de grandes plataformas genéricas (LLM’s), o futuro aponta para uma, cada vez maior, utilização da rede de agentes inteligentes (digitais), capazes de executar várias tarefas sobre várias aplicações e integrados nos fluxos diários de trabalho — o que abre espaço para soluções mais acessíveis e adaptadas às realidades especificas das empresas e dos seus profissionais.
Cibersegurança e Confiança: Um novo imperativo digital
Com o avanço da computação quântica, os actuais sistemas de cibersegurança enfrentam novos riscos. O estudo alerta para a urgência de repensar os modelos de protecção digital, num cenário onde a confiança se torna um activo estratégico para cada organização. A utilização de mais plataformas gerais de Inteligência Artificial generativa aumenta significativamente os desafios de protecção cibernética, o que obriga a cuidados redobrados. Em Angola, onde o investimento nos processos de transformação digital é crescente, garantir a segurança e a integridade dos dados será essencial para assegurar a sustentabilidade das soluções tecnológicas adoptadas e da continuidade das operações das empresas e instituições da administração publica.
Negócio da Tecnologia: A função da tecnologia amplificada
Mais do que um suporte, a tecnologia está a transformar-se no centro das operações empresariais, sendo colocada com uma das principais dimensões estratégicas de sucesso e posicionamento das empresas no mercado global cada vez mais competitivo. A introdução da IA na gestão de processos de tecnologia, no ciclo de desenvolvimento e manutenção de aplicações de SI/TI e até na tomada de decisão está a redesenhar o papel das equipas de tecnologia e a abrir novas oportunidades de negócio. O estudo defende que os líderes empresariais devem adoptar uma abordagem integrada, onde o investimento em tecnologia deixa de ser visto como apenas uma rubrica funcional e passa a ser uma peça essencial na estratégia com particular foco na melhor forma de cativar, desenvolver, capacitar, reter e recompensar o melhor talento técnico disponível.
“Em Angola, o investimento em digitalização de processos e capacitação de quadros nacionais assume-se como um imperativo que urge acelerar, não sendo uma opção mas sim uma necessidade”, acrescenta José Barata, Presidente da Deloitte Angola.