A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e a TotalEnergies Angola deram início nesta segunda-feira, dia 14, aos trabalhos de conversão da futura unidade flutuante de produção de petróleo bruto, FPSO Kaminho, na cidade de Nantong, República Popular da China. Este é um marco significativo para um projecto pioneiro que representa o primeiro desenvolvimento na nova Bacia do Kwanza, uma nova fronteira de petróleo e gás para Angola, no ano em que se celebram os 50 anos da independência nacional.
O início da conversão do petroleiro para a futura FPSO foi marcado por uma cerimónia especial. O evento aconteceu durante a doca seca do navio, dando início aos trabalhos de conversão. As primeiras etapas incluem desmantelamentos de partes da estrutura, que serão realizados pelo estaleiro da empresa CMHI (China Merchants Heavy Industry), sob a supervisão do principal empreiteiro, a Saipem.
O acto presidido pela Administradora Executiva da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Ana Miala, em representação do Presidente do Conselho de Administração, Paulino Jerónimo, contou com as presenças do Administrador Executivo da ANPG, Artur Custódio, do Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Gaspar Martins, do Director Geral da TotalEnergies (operadora do Bloco 20), Martin Deffontaines, do Director da Petronas para Angola, Omar Abdul, de altos dirigentes da SONANGOL e da TotalEnergies, assim como da Saipem e CMHI, empresas contratadas para a conversão.
A FPSO Kaminho será ligada a uma rede submarina que vai produzir as descobertas dos campos de Cameia e Golfinho, com uma produção esperada de cerca de 70.000 barris de petróleo/dia, sendo o valor de investimento orçado em 6 mil milhões de Dólares Americanos, anunciado a 20 de maio de 2024. O início de produção está programado para 2028.
A Administradora Executiva da ANPG, Ana Miala, sublinhou que Kaminho, com capacidade de armazenar cerca de 1 milhão e seiscentos mil barris de óleo, será a segunda unidade flutuante de motor híbrido em Angola.
“Com a FPSO Kaminho, vamos reforçar a nossa capacidade de produção e consolidar a nossa visão estratégica de garantir a continuidade da actividade petrolífera no nosso País. Asseguramos assim, o primeiro desenvolvimento na Bacia Marítima do Kwanza, enquanto investimos na modernização da nossa indústria e na qualificação contínua do Capital Humano”, salientou.
Para o Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, o projecto representa a colaboração entre as entidades do Estado e os parceiros do Bloco 20/11.
“A fabricação de diversos equipamentos será feita em nosso País, com especial atenção ao conteúdo local, onde cerca de 40 milhões de horas-homem serão preparadas, envolvendo diversos estaleiros nacionais para a entrega de diversos equipamentos. Um novo empreendimento significa pelo menos 20 anos de oportunidades de negócios para os prestadores de serviços locais, o que é muito positivo. Auguramos que este investimento abra caminho para novas geografias e traga mais investimentos nesta nova bacia”, acresceu Gaspar Martins.
Já o Director Geral e Country Manager da TotalEnergies Angola, Martin Deffontaines, realçou que “o FPSO KAMINHO é a 7.ª FPSO da TotalEnergies em Angola. Este projecto recorre à mais recente tecnologia de ponta para se adequar ao portofólio de produção com baixas emissões da nossa Companhia”, destaca ainda que “somos o maior produtor em Angola e um parceiro de longa data, e, neste ano especial, em que Angola celebra os seus 50 anos de independência, reforçamos o nosso compromisso em continuar a contribuir para a manutenção da produção do País e apoiamos o cumprimento dos seus objectivos de desenvolvimento sustentável”.
Kaminho será totalmente eléctrica, equipada com a tecnologia mais avançada para optimizar as operações, o consumo de energia e a redução de emissões. Possui um sistema avançado de geração de energia centralizada, compressores de velocidade variável e um sistema sem queima de gás, o que contribui significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Neste sistema, o gás gerado pela produção será reinjectado nos reservatórios.
Localizado na Bacia do Kwanza, a cerca de 150 quilómetros a Sudoeste de Luanda com profundidades de água que variam entre os 300 e os 2.000 metros, o Bloco 20/11 é operado pela TotalEnergies Angola que detém 40% de participação, em parceria com a Petronas Angola E&P LTD (40%) e a Sonangol Pesquisa e Produção (20%).