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O investimento no sector petrolífero em Angola aumentou consideravelmente entre 2022 e 2023. Dados da ANPG apontam para um crescimento de 96%. Este resultado é, em parte, devido ao trabalho efectuado pela Concessionária Nacional nos seus primeiros cinco anos de existência, que se assinalam hoje, 6 de Fevereiro.
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A Agência Nacional de Petróleo Gás e Biocombustíveis (ANPG) apresentou ontem, em Conferência de Imprensa, os resultados obtidos nos seus primeiros cinco anos de actividade. Entre eles destacam-se sete, que o Conselho de Administração considera particularmente relevantes: atenuação do declínio da produção; retoma, oito anos depois, das licitações para novas concessões; aposta na actividade de exploração através da estratégia de exploração 2020-2025; desenvolvimento de esforços conjuntos para a descarbonização das operações petrolíferas e para a dinamização das energias renováveis com foco nos biocombustíveis; dinamização do Conteúdo Local e implementação de políticas e de acções com vista ao desenvolvimento do capital humano e da responsabilidade social; criação de condições para a manutenção dos investidores que já estavam presentes em Angola e para a entrada de novos; estabelecimento de relações de maior proximidade com os todos parceiros, designadamente com os investidores.
De acordo com Paulino Jerónimo, Presidente do Conselho de Administração da ANPG, “cinco anos depois da sua criação e do início da sua actividade, a ANPG está sólida e tem motivos para celebrar com entusiasmo o percurso efectuado porque ao ter contribuído para a melhoria do ambiente de negócios em que se movimenta e actua o sector do petróleo e do gás em Angola, contribuiu também para que a economia nacional funcione e o país cumpra, interna e externamente os seus compromissos”.
Estes resultados foram possíveis com a definição e implementação de um plano estratégico, com cinco áreas fundamentais, entre as quais pontuam a consolidação e a operacionalização da função de Concessionária Nacional; a aposta determinada na substituição de reservas visando atenuar o declínio acentuado da produção de hidrocarbonetos; a implementação de políticas de saúde, segurança e ambiente; a criação de políticas que visam o desenvolvimento do capital humano; e a atenção dada à descarbonização das operações petrolíferas e ao impulsionar das acções capazes de conduzirem ao desenvolvimento das energias renováveis, com foco nos biocombustíveis.
Relativamente ao desenvolvimento de recursos adicionais em campos maduros foram assinados acordos com várias concessões, dos quais resultaram os seguintes resultados: No Bloco 14 foi acordada a perfuração de 7 poços, sendo 6 de desenvolvimento e 1 de exploração.
Neste momento está em curso a perfuração dos poços. No Bloco 15 foi definida a perfuração de até 60 poços, tendo nesta altura já sido perfurados 10 poços e seleccionados os 9 poços seguintes. Com a perfuração desses poços melhorou significativamente a produção no Bloco, e fruto deste acordo a expectativa é que o Estado arrecade entre 2 000 e 2 500 milhões de dólares acima do previsto até 2032. Este Acordo permitiu também a entrada da Sonangol com 10% de interesse participativo. No Bloco 17 foi negociada a extensão de todas as áreas do Bloco numa primeira fase até 2035 e numa segunda fase até 2045, estando previstos investimentos substanciais para a melhoria da produção. Sublinho que este Acordo permitiu a entrada da Sonangol no Bloco com um interesse participativo de inicialmente 5% desde 2020 e posteriormente mais 5%, totalizando 10% no final. No Bloco 0 foi negociada a extensão do Bloco até 2050. Segundo o Acordo assinado, o Grupo Empreiteiro deve realizar investimentos substanciais para a melhoria da produção, o que já se encontra em curso. No Bloco 18 continuam a ser perfurados poços de preenchimento, de modo a estabilizar a produção.
A transformação dos campos marginais em novas oportunidades conduziu aos seguintes resultados: o Bloco 0 – campo Nsinga – entrou em produção em 2021. Também neste Bloco já entrou em produção o segundo campo marginal, Lifua A, cujas instalações foram integralmente construídas na Base de Malongo. Ainda neste Bloco está em curso a construção das instalações do N’dola Sul, que estão a ser executadas nos estaleiros da Herema, em Porto Amboim. Também se encontra na fase final de aprovação o Projecto Kambala. O Bloco 31 tem em fase final de aprovação o desenvolvimento de 3 campos: Palas, Astraea e Juno (PAJ), estando o primeiro óleo previsto para 2027. O Bloco 20 está em fase final a discussão para o desenvolvimento dos campos Cameia e Golfinho, cuja decisão final de investimento deverá acontecer durante o primeiro trimestre de 2024. E no Bloco 16 continuam as negociações para o desenvolvimento do campo Chissonga.
No domínio da exploração dentro das áreas em produção e desenvolvimento, foram explorados poços nas concessões dos Blocos 15 e 15/06. A ExxonMobil tem planificada a perfuração durante 2024 de vários poços de exploração, estando previsto o início da perfuração do primeiro poço para o final deste mês de Fevereiro. Do mesmo modo, a TotalEnergies perfurará durante o corrente ano um poço no Bloco 17.
Por fim, para avaliar o potencial petrolífero das novas zonas de exploração, continuam em curso os trabalhos nas Bacias Interiores, que visam a avaliação de cerca de 520 000 km2 de bacias sedimentares localizadas nas províncias do Cunene, Cuando Cubango, Moxico, Malanje, Cuanza Norte, Lunda Norte, Lunda Sul e Uíge.
O Presidente do Conselho de Administração da ANPG, Paulino Jerónimo, garante que neste particular “os resultados são animadores, já que foram recolhidas várias amostras de óleo e gás, comprovando a geração de hidrocarbonetos nestas bacias. Está prevista no decorrer deste ano a divisão destas bacias sedimentares em blocos para a sua licitação em 2025”.