Angola está a intensificar o combate à pirataria de conteúdos digitais, alinhando-se com uma crescente mobilização internacional que envolve governos, especialistas em cibersegurança, ONG’s e entidades criativas. A acção conjunta tem como objectivo proteger os direitos de autor e fortalecer o sector criativo africano.
POC NOTÍCIAS | ANA ATALMIRA | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Nos últimos meses, o País registou avanços concretos, com destaque para acções de formação, campanhas de sensibilização e a realização de uma conferência anti-pirataria, que contou com o envolvimento da embaixada dos EUA e de consultores de propriedade intelectual.
A nível continental, a ofensiva está a dar resultados, sendo que mais de 155 operações foram realizadas no último ano, resultando no encerramento de 4351 redes ilegais e na detenção de 107 indivíduos. Tecnologias como a marca de água forense, monitorização digital e bloqueio dinámico de IPs têm sido fundamentais para rastrear e desmantelar redes de streaming ilegais.
Segundo Frikkie Jonker, director de Cibersegurança Antipirataria do MultiChoice Group, “a tecnologia pode facilitar a pirataria, mas também é a chave para o rastreio eficaz e a instauração de processos judiciais”.
O movimento ganhou força com a assinatura de memorandos de entendimento, como o recentemente firmado na Etiópia entre a MultiChoice Africa, o Ministério da Cultura e Desportos e a Autoridade de Propriedade Intelectual daquele país, replicando-se agora noutras regiões.
Em Angola, a expectativa é que a articulação entre entidades públicas e privadas, aliada a reformas legislativas e uso de tecnologia, fortaleça a resiliência do ecossistema criativo, protegendo o talento nacional e combatendo as redes criminosas que lucram com o roubo de conteúdos.