Foi assinada a Adenda ao Contrato de Partilha de Produção da área de concessão do Bloco 17, um dos maiores campos petrolíferos de Angola. O evento, que contou com a presença de importantes figuras do sector, marcou um momento crucial para a indústria petrolífera do país e trouxe consigo um novo modelo de negócios que promete beneficiar significativamente o Estado angolano, ao mesmo tempo em que mantém os investidores motivados.
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Paulino Gerónimo, Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG), foi o primeiro a destacar a importância do contrato revisado. Segundo Gerónimo, o Bloco 17, que possui um campo de petróleo maduro e foi descoberto nos anos 90, está agora a viver uma fase de produção avançada, com condições favoráveis à partilha de lucros. “O contrato actual garante que 90% da produção vá para o Estado e apenas 10% para os investidores. Isto é vantajoso para Angola, especialmente num campo que já se encontra na sua fase madura”, afirmou o PCA da ANPG.
Gerónimo também explicou que, apesar dos resultados positivos, a assinatura da adenda tem como objectivo criar incentivos para a continuidade dos investimentos. “O princípio da produção implementada é dar um incentivo à produção que supere a média esperada. Este incentivo será negociável ao longo dos anos, premiando os operadores que conseguirem produzir acima das expectativas”, acrescentou.
A produção do Bloco 17, que já se encontra em um estágio avançado de exploração, poderá alcançar até 500 milhões de barris de petróleo, o que representa uma enorme oportunidade tanto para o Estado quanto para os investidores. Através do novo contrato, o Estado angolano poderá reter até 65% da produção do Bloco 17, uma garantia de que as receitas do país serão significativamente ampliadas nos próximos anos.
Com um investimento estimado em cerca de 6 mil milhões de dólares nos próximos 5 a 6 anos, o contrato assinado hoje também vai permitir a perfuração de novos poços e melhorias nas instalações petrolíferas existentes. Estes investimentos são essenciais para aumentar a capacidade de produção e garantir a continuidade da exploração de recursos no Bloco 17.
O compromisso com a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias será fundamental. “O campo de Dália, um dos principais do Bloco 17, tem uma vida útil de 20 anos, mas com a nova adenda, conseguiremos prolongar a produção por mais 20 anos, mantendo uma taxa de produção de 140 mil barris por dia”, destacou Paulino Gerónimo.
Para Martin Deffontaines, Director Geral da Total, a assinatura da adenda representa um marco histórico para o sector petrolífero de Angola. O responsável ressaltou que este é o primeiro projecto a aplicar o novo decreto presidencial incremental de 2024, que visa estimular o investimento no sector de petróleo e gás. “Estamos profundamente gratos pelo apoio incondicional do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás na concretização deste decreto. Não me surpreende que a primeira aplicação seja no Bloco 17, um campo de ouro que sempre se destacou pela sua inovação tecnológica e contratual”, afirmou Deffontaines.