Angola vai destinar quase 5% do produto interno bruto (PIB) para pagar juros e amortizar empréstimos contraídos anteriormente a entidades chinesas, de acordo com o relatório divulgado pelo Centro de Finanças e Desenvolvimento Verde da Universidade Fudan.
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POC NOTÍCIAS: Pedro José Mbinza | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Um estudo divulgado nesta quinta-feira, 24, pela universidade chinesa ‘Fudan’ indicou que Angola é o país do mundo em que o serviço da dívida para credores chineses vai ter, este ano, maior peso na despesa pública.
De acordo com a agência de notação financeira Standard & Poor’s, Angola deve cerca de 21 mil milhões de dólares à China. O petróleo serve como garantia das linhas de crédito negociadas com Pequim.
A agência Lusa avança que o país africano vai destinar quase 5% do produto interno bruto (PIB) para pagar juros e amortizar empréstimos contraídos anteriormente a entidades chinesas, de acordo com o relatório divulgado pelo Centro de Finanças e Desenvolvimento Verde da Universidade Fudan, uma das mais prestigiadas universidades chinesas, em Xangai.
O estudo da Fudan mostrou que, ao todo, os países mais pobres do mundo vão pagar, este ano, cerca de 13,7 mil milhões de dólares a credores chineses, ou 26% do conjunto do serviço da dívida destes países.
O relatório, elaborado por Mengdi Yue e Christoph Nedopil Wang, referiu que o montante dos empréstimos da China aos países em desenvolvimento só é superado pelo da Associação Internacional de Desenvolvimento do Banco Mundial.
A carga da dívida colectiva enfrentada pelos 68 países de rendimento baixo aumentou 12%, para um recorde de 860 mil milhões de dólares (782 mil milhões de euros), em 2020.
Em comparação com 2015, o número de países que mostram sinais de sobreendividamento duplicou. A China é o maior credor de 17 países, a par do Banco Mundial, segundo o mesmo estudo.
Como o principal credor de 17 países de renda baixa, a China “tem mais responsabilidade e oportunidades de fornecer apoio bilateral e multilateral à reestruturação da dívida do que outros países”, escreveram os autores do relatório.