Tendo em conta a evolução do PIB e o acompanhamento contínuo da actividade económica, o Banco Nacional de Angola estima que o crescimento económico anual se situe em torno de 4,0%. A previsão considera a continuidade das tendências observadas nos primeiros seis meses do ano e as condições macroeconômicas no segundo semestre.
POC NOTÍCIAS | ANA ATALMIRA | geral@pocnoticias.ao |
Em comunicado divulgado hoje no seu website, o Banco Nacional de Angola avançou que a inflação mensal apresentou uma desaceleração em Outubro, situando-se em 1,55%, uma leve queda em relação aos 1,63% observados em Setembro. A classe de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas foi o principal factor de contribuição, com 1,01 ponto percentual, representando 64,81% da inflação total. Entre os produtos mais impactantes, destacam-se o pão de trigo (0,12 pontos percentuais), o arroz grão longo (0,09 pontos percentuais) e o carapau fresco e congelado (0,08 pontos percentuais cada).
Em termos homólogos, a inflação continuou a sua trajectória descendente pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 29,17% em Outubro, frente aos 29,93% do mês anterior. O BNA espera que essa tendência de desaceleração continue nos próximos meses, impulsionada pela maior oferta de produtos de consumo e pela estabilidade da taxa de câmbio, além das condições monetárias mais adequadas.
Apesar da desaceleração observada, o Banco Nacional de Angola refere que a inflação continua a ser um desafio significativo para a economia angolana e que a condução da política monetária em 2024 tem ocorrido em um cenário macroeconômico desafiante, marcado pela irregularidade na oferta de bens, a eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis, ajustes nos preços de serviços de comunicação, transporte e educação, além da contínua subida dos preços na classe de saúde. Nesse contexto, estima-se que a inflação no final de 2024 fique em torno de 27%”.
Em termos monetários, a Base Monetária em moeda nacional expandiu 5,66% em Outubro, com uma variação acumulada de 15,07% desde o início do ano. A variação homóloga foi de 31,84%. Por outro lado, o agregado monetário M2 contraiu 2,36% em Outubro, embora tenha registrado uma expansão acumulada de 5,29% até o momento, com uma variação homóloga de 13,81%.
O stock de crédito à economia, em moeda nacional, alcançou 5,48 biliões de Kwanzas em Outubro, um aumento de 2,64% em relação a Setembro e uma variação acumulada de 19,90% desde o início de 2024, o que equivale a 908,70 mil milhões de Kwanzas. A variação homóloga foi de 26,55%.
Em relação ao saldo da Conta de Bens e Reservas Internacionais, o regulador refere que no sector externo, Angola apresentou um superávit na conta de bens, que atingiu 1,62 mil milhões de dólares em Outubro, acumulando um total de 19,18 mil milhões de dólares no ano, o que representa um aumento de 7,36% em relação ao mesmo período de 2023. Esse resultado foi impulsionado pela redução das importações em 8,82% e pelo leve aumento de 0,67% nas receitas de exportação.
As Reservas Internacionais do país ficaram em 14,75 mil milhões de dólares em Outubro, com um grau de cobertura de 7,84 meses de importação de bens e serviços. A redução das reservas comparativamente ao mês anterior deveu-se à venda de 250 milhões de dólares ao mercado. Contudo, o BNA projecta uma recuperação das Reservas Internacionais, prevendo que o stock atinja cerca de 15 mil milhões de dólares no final do ano.