Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu manter a taxa básica de juros em 20%, perspectiva para 2022 uma taxa anual de inflação de 18%, embora prevê atingir, a médio prazo, uma inflação de 4%.
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POC NOTÍCIAS: Domingos Barros | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
O Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou hoje, 28 de Janeiro, na primeira 103ª sessão ordinária do Comité de Política Monetária (CPM), que decidiu manter a taxa básica de juros em 20% e perspectiva para este ano uma taxa anual de inflação de 18%, embora prevendo atingir, a médio prazo, uma inflação de 4% como estabelece a comunidade da África austral.
O CPM decidiu igualmente manter taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez, em sete dias, de 15% assim como os coeficientes das reservas obrigatórias, que se mantêm em 22%.
Para a ano de 2022, o CPM prevê uma taxa anual de inflação de 18%, “que apesar de relativamente mais branda, do que a observada nos dois últimos anos, manter-se-á ainda assim acima do objectivo de médio prazo em que se persegue uma taxa de inflação de apenas um dígito”, disse o José de Lima Massano, governador do BNA.
O alcance de uma taxa de inflação inferior a 10%, assinalou, “requer um quadro de política monetária restritivo capaz de influenciar de forma positiva a preservação do poder de compra da moeda nacional”.
No encontro ficou garantido que “A política monetária do BNA vai continuar restritiva visando a queda da inflação para um dígito e continuar o processo para a banda de convergência estabelecida pela SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, na sigla inglesa) que é de 4%”, afirmou o governador do BNA em resposta aos jornalistas.
Segundo José de Lima Massano, o CPM do banco central decidiu ainda renovar o programa de apoio ao setor real da economia “permitindo que o cumprimento de reservas obrigatórias pelos bancos comerciais possa ser efetuado pelo montante de crédito concedido e desembolsado aos operadores da cadeia de produção de alimentos”.
Crédito ao sector da economia
Sobre a renovação do programa crédito ao sector real da economia, destacou-se que o mesmo surge porque os bens alimentares “continuam a representar a classe que mais influencia negativamente a estabilidade de preços na economia angolana”.
“Sendo evidente a necessidade de reforço de estímulos visando o aumento da oferta de bens essenciais de consumo”, realçou o responsável.
No âmbito do aviso n.º 10 do BNA, que aprova créditos ao sector real da economia, foram aprovados, em 2021, financiamentos para 471 projectos de crédito no valor global de 634,32 mil milhões de kwanzas, correspondendo a 358% do valor mínimo a conceder previsto para esse exercício.
Os sectores que mais beneficiaram do referido financiamento, em termos de montante, foram os sectores alimentares, agricultura e produção animal e a indústria de bebidas.