Maior banco angolano em activos continua a registar recuos nos resultados líquidos. Depois de ter fechado 2020 com uma queda de mais de 70% nos lucros, banco que tem Luís Lélis na gestão ‘deixou cair’ pouco mais de 19 mil milhões Kz no terceiro trimestre deste ano face a igual período de 2020. Analista culpam reconhecimento de imparidades.
POC Notícias: Moisés Tchipalavela
Foto: D.R
As contas de balanço do Banco Angolano de Investimento (BAI) referente ao terceiro trimestre deste ano registou uma queda nos lucros de 20,5% para 74,2 mil milhões de Kwanzas, de acordo com as contas do POC Notícias, com base no balancete da instituição referente àquele período.
Até finais de Setembro deste ano, o banco gerido por Luís Lélis tinha inscrito nos seus balanços um resultado líquido de 74,2 mil milhões de Kwanzas, quando em igual período anterior, precisamente no terceiro trimestre de 2020, as contas fecharam lucros da ordem dos 93,3 mil milhões de kwanzas.
O balanço do terceiro trimestre do maior banco angolano em activos não anexa as justificações da queda nos resultados líquidos, mas analistas consultados pelo POC Notícias não afastam a hipótese de que a redução nos lucros esteja associada ao reconhecimento das imparidades para crédito e à crise económica e financeira.
Já nas contas de todo ano passado, altura em que o balanço do banco tinha registado uma redução de 76% face a 2020 o banco tinha justificado a redução nos lucros, entre outros, com a queda de 9% da margem complementar e o aumento em 31% dos custos de estrutura.
“o banco gerido por Luís Lélis tinha inscrito nos seus balanços um resultado líquido de 74,2 mil milhões de Kwanzas, quando em igual período anterior, precisamente no terceiro trimestre de 2020, as contas fecharam lucros da ordem dos 93,3 mil milhões de kwanzas”
Nem todas as rubricas do balanço do BAI caíram. Até finais de Setembro deste ano, as contas de balanço do BAI fecharam com um activo avaliado em 3 biliões de kwanzas, quando em 2020 o banco tinha registado um total de 2,9 biliões de kwanzas, precisamente 2.957.176.431.000, o que evidencia uma subida no património do banco de 2%.
“Até finais de Setembro deste ano, as contas de balanço do BAI fecharam com um activo avaliado em 3 biliões de kwanzas, quando em 2020 o banco tinha registado um total de 2,9 biliões de kwanzas, precisamente 2.957.176.431.000, o que evidencia uma subida no património do banco de 2%”
Também os depósitos de clientes registam crescimento. No final do período, as contas do banco tinham um total de 2,5 biliões de kwanzas, quando em igual período do ano passado a contabilidade do banco só tinha inscrito ao balanço um total de 2,5 biliões de kwanzas.
Apesar da queda nos resultados do maior banco angolano, e numa visão optimista em relação à evolução da economia e dos mercados, o BAI perspectiva para 2021, no seu balanço de todo ano passado, o início de um novo ciclo de implementação estratégica, que dará, segundo a sua administração, a “continuidade à aposta na liderança da inovação e disrupção no sector bancário, à melhoria da qualidade de serviço e o reforço do envolvimento com os seus clientes, perspectivando o alcance e consolidação do objectivo de ‘Oferecer a melhor experiência bancária em Angola’”.
“Em nome do conselho de administração e da comissão executiva do BAI, agradecemos pela confiança de todos accionistas, clientes, fornecedores e partes interessadas, reforçando a confiança no futuro, agradecendo particularmente a todos os colaboradores que pela sua dedicação e entrega perante os desafios do ano transacto, contribuíram para a manutenção da posição de liderança do BAI em Angola”, escrevem o presidente do conselho de administração do banco e o presidente da comissão executiva, José Carlos Castro Paiva e Luís Filipe Rodrigues Lélis, respectivamente.