A Nigéria devia estar a produzir mais alimentos para estabilizar os preços alimentares, criando simultaneamente empregos e reduzindo as despesas em divisas, o alerta vem de um comunicado de imprensa do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, enviado a redação do POC NOTÍCIAS.
O Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, afirmou que a decisão do governo da Nigéria de permitir a importação maciça de alimentos corre o risco de destruir a agricultura do país.
Esta afirmação surge na sequência do anúncio feito pelo Ministro da Agricultura da Nigéria, Abubakar Kyari, a 10 de Julho, de que o Governo Federal iria suspender os direitos aduaneiros, as tarifas e os impostos sobre a importação de milho, arroz integral descascado, trigo e feijão-frade através das fronteiras terrestres e marítimas do país, durante 150 dias.
“A política recentemente anunciada pela Nigéria de abrir as suas fronteiras a importações maciças de alimentos, apenas para fazer face a aumentos de curto prazo dos preços dos alimentos, é deprimente”, disse Adesina aos Primazes Africanos da Igreja Anglicana num retiro em Abuja, na Nigéria, na sexta-feira.
Adesina alertou para o facto de esta política poder comprometer todo o trabalho árduo e os investimentos privados no sector agrícola da Nigéria.
“A Nigéria não pode depender da importação de alimentos para estabilizar os preços. A Nigéria devia estar a produzir mais alimentos para estabilizar os preços dos alimentos, ao mesmo tempo que cria empregos e reduz as despesas em divisas, o que ajudará ainda mais a estabilizar o naira”, disse o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento.