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Os investimentos em infraestruturas em África são menos arriscados do que em qualquer outra parte do mundo. África – a segunda região com o crescimento mais rápido do mundo – oferece enormes oportunidades de investimento, segundo o Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, durante a sua intervenção no 10º debate sobre Investir em África, que arrancou hoje, na cidade de Londres.
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O Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, ao dirigir-se a mais de 200 investidores africanos, deixou o apelo entusiasta ao comércio e ao investimento em África. O líder do BAD referiu que “as infraestruturas são essenciais para o comércio. O Banco investiu 50 mil milhões de dólares em África nos últimos oito anos. É o maior de todas as instituições. Não há agora nenhum projecto que o Banco não possa financiar e isso é uma África diferente. Estamos a levar África para o mundo e a trazer o mundo para África”.
No 10.º debate sobre Investir em África (Invest Africa Debate) que teve início no prestigiado Guildhall, na cidade de Londres, Adesina acrescentou ainda que era importante desmistificar certos mitos e estereótipos, afirmado que “África não é mais arriscada do que qualquer outra parte do mundo. É importante dar às pessoas a confiança necessária para investir. É por isso que o Banco apoia os investidores”, disse o Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento.
Adesina afirmou que um estudo de 2020 da Moody’s Analytics mostra que África tem o menor risco de incumprimento em matéria de infraestruturas em comparação com os seus pares. “O facto é que África é o continente com menos ‘defaults’, com apenas 1,9% de taxa de incumprimento em comparação com a Europa Oriental, com 12,4%, América Latina, com 10,1%, América do Norte, com 6,6% e Ásia e Europa Ocidental, com 4,6%.”
Reformar as agências de notação financeira para que transmitam as percepções corretas sobre o risco real de África já não é, portanto, um luxo, mas uma questão de extrema necessidade. Se o fizermos, reduziremos os custos do serviço da dívida e libertaremos financiamento adicional para a transformação estrutural de África. Um estudo do PNUD mostra que os países africanos poderiam poupar cerca de 74,5 mil milhões de dólares em juros excessivos se os ratings se baseassem em avaliações de risco mais objectivas.
Adesina apelou a que África tivesse a sua própria agência de rating para avaliar o risco no continente. “Para que África se erga e brilhe entre a comunidade global de nações, temos de acelerar a transformação estrutural e financiar a sua implementação. Esta é a chave para desbloquear as oportunidades de desenvolvimento de África”, afirmou.