OPINIÃO | POC NOTÍCIAS | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Quem passa pela Fidel Castro também conhecida por “via expressa” de Luanda consegue facilmente observar o festival de outdoors expostos de uma ponta à outra. Recentemente, ao trafegar naquela zona, optei por contabilizar quantos outdoors estão expostos naquela via, mas não fui muito longe na contagem, o festival de outdoors naquela zona é de muitos personagens, que não pude contabilizá-los até o destino desejado, mas lembro que ficou no meu registo cerca de 97 desde a entrada da ponte do 25 até antes do 11 de Novembro.
Encontra-se naquela via outdoors de todo o tipo e tamanhos, menos aqueles que talvez pudessem transformar a conhecida via expressa numa via melhor organizada, com brilho, beleza, iluminação e talvez mais atractiva para os que ali trafegam. Julgo que tem sido para os consumidores um imbróglio de informação que até já se torna “chato” passar por aí e ver inúmeros outdoors e cada um com o seu perfil, desorganizados, sujos, danificados, próximos um do outros e uns tantos com diferentes idiomas, sendo o Mandarim o idioma que parece estar em casa.
Não é novidade que o negócio da publicidade gera milhões em qualquer parte do mundo, pelo que, Angola não é um mercado sem o mesmo privilégio. Entretanto, esse negócio dos milhões devia para além de gerar receitas aos cofres do Estado, gerar também receitas que pudessem ser usadas para melhoria dos espaços/locais onde por exemplo estão plantados outdoors.
E porque não são colocados de “borla”, penso que a Direcção Nacional de Publicidade (DNP), o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) e o Governo Provincial de Luanda, devem com urgência acertar com as empresas que colocam os outdoors, o melhor formato ou o melhor modelo de colocação para que a via expressa não continue com esse festival desordenado de outdoors.
É essencial que a criatividade em publicidade não seja única e exclusivamente para codificar de forma imaginativa uma mensagem ou informação, de molde a interessar o consumidor e a motivá-lo no sentido da compra, mas sim para trazer um ambiente saudável e atractivo para o consumidor, que de algum modo acabará por se sentir uma parte importante do produto.
Por outro lado, é importante que o valor cobrado das taxa (40%) reverte a favor da Conta única do Tesouro e (60%) para o MINTTICS, seja também revertido para melhorias dos locais onde estão instalados esses meios de publicidade, e que os próprios meios (outdoors) sejam colocados de forma organizada e que estejam em bom estado de modos que os mesmos não sejam causadores de acidentes por exemplo na via expressa.
Só para que saibam, os outdoors convencionais estáticos que encontramos nas ruas os preços variam de 300 mil kz mês a 600 mil kz. E, segundo o Decreto Presidencial n. º43/22 de 11 de Fevereiro, as empresas que colocam os outdoors nas ruas/principais vias com maior tráfego pagam à Direcção Nacional de Publicidade (DNP) uma taxa de emissão de 100 mil kz e uma taxa da classe correspondente de 300 mil kz, a cada quatro anos.
Mas do que o serviço de qualidade e o interesse no lucro, seria muito prazeroso sentir que o negócio da publicidade rende lucros que são usados para o bem-estar social e o investimento para melhor imagem dos espaços usados para a concretização do negócio.
OPINIÃO: JORGE SALVADOR