O Comité de Estabilidade Financeira (CEF) reuniu-se nos dias 2 e 3 de Junho, com o objectivo de analisar os principais factores de risco sistémico que afectaram a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional durante o primeiro trimestre do presente ano.
No final do encontro, que decorreu sob a coordenação do Banco Nacional de Angola, o CEF deliberou manter inalterados os instrumentos macroprudenciais actualmente em vigor, à luz das normas regulamentares aplicáveis ao sector. Assim, foi decidida a manutenção dos seguintes rácios de capital “Reserva de Conservação de Capital em 2,50%, aplicável a todas as instituições financeiras bancárias; Reserva para Instituições de Importância Sistémica Doméstica (D-SIBs) entre 1% e 2% e a Reserva Contracíclica de Capital fixada em 0%”.
O sector bancário nacional demonstrou, no período em análise, um grau de solidez considerado adequado, com os principais indicadores prudenciais nomeadamente os rácios de capital e liquidez a permanecerem acima dos limites regulamentares mínimos exigidos.
Entre os aspectos positivos verificados em termos homólogos, o CEF destaca a continuidade do crescimento da carteira de crédito à economia, reflectindo uma maior dinamização da actividade financeira; a melhoria da qualidade dos activos, evidenciada pelo reforço dos mecanismos de mitigação do risco de crédito e pela redução do rácio de incumprimento e o aumento do resultado líquido das instituições financeiras, sinal de robustez operacional e estabilidade.
Contexto internacional impõe cautela
Apesar dos sinais positivos no plano interno, o Comité chamou a atenção para o actual ambiente internacional marcado por incertezas, que poderá gerar efeitos adversos sobre os mercados financeiros e sobre a resiliência do sistema bancário nacional.
Nesse sentido, o CEF recomenda às instituições financeiras sob supervisão do Banco Nacional de Angola que mantenham uma política prudente de gestão de capital e de liquidez, como forma de mitigar os riscos financeiros e não financeiros a que estão expostas.
A monitorização contínua dos riscos e a capacidade de resposta adequada permanecem como pilares fundamentais da estabilidade financeira em Angola, num cenário global em constante evolução.