Contrariamente aos 39 dólares estimados pelo Governo na sua programação financeira para 2021, o crude está a ser negociado, há várias sessões, acima dos 80 dólares por barril, o que, para analistas da indústria petrolífera, gera ganhos ao País. Só no segundo trimestre, Angola já sentiu o efeito da subida do preço da matéria, ao registar superavit de 1.724,5 milhões USD.
POC Notícias: Elmar Magno
geral@pocnoticias.ao
Com o preço do petróleo a ser negociado, desde há várias sessões dos mercados, nos 84 dólares, acima do previsto no relatório de fundamentação do Orçamento Geral do Estado (OGE), Angola tem uma ‘almofada financeira’ de 45 dólares para cobertura das várias despesas previstas para 2021, de acordo com cálculos do POC Notícias, com base na Programação Macroeconómica Executiva Revista para o ano em curso.
Até à última Sexta-feira, 15, a principal matéria de exportação angolana fechou a ser comercializada, na bolsa de Londres, em alta, o que vem mostrando avanços ao longo de cinco semanas consecutivas. O barril do Brent, referência para as exportações angolanas, atingiu a marca dos 80 dólares, tendo fechado Quinta-feira e Sexta-feira a ser vendido a 84,26 dólares.
“Se comparado ao preço da semana passada, os 84 dólares representam uma subida de cerca 2%, segundo os dados do Investing.com, unidade virtual de estudos dos mercados financeiros e de commodities internacionais”
A última vez que um barril de petróleo estava a ser vendido a 84,80 dólares foi a 2 de Outubro de 2018. De lá para cá, já se passaram três anos, altura em que o crude estava a ser comercializado a um preço abaixo dos 80 dólares.
Segundo alguns analistas citados pelo Investing.com, o preço do petróleo poderá chegar aos 100 dólares no primeiro trimestre de 2022, dada a crise de energia que atingiu as principais economias mundiais, em meio a uma recuperação na actividade económica e restrição no fornecimento do petróleo bruto de grandes produtores.
A subida no preço da matéria já se sente na economia angolana. Os últimos dados da balança de pagamento angolana mostram isso mesmo, já que Angola fechou o segundo trimestre a registar, pelo terceiro trimestre consecutivo, um saldo superavitário de 1.724,5 milhões de dólares.
De acordo com dados do Banco Nacional de Angola (BNA), na base desta evolução esteve, entre outros, o aumento das exportações de bens, com realce para o petróleo bruto, que tem visto o seu preço médio a recuperar face a períodos recentes anteriores, além de ligeiros aumentos das importações de bens e serviços.