“O rendimento desportivo está intimamente relacionado com a habilidade visual. O atleta depende dos comandos visuais para alterar os comandos motores, de modo a interceptar a bola. Se o sistema visual estiver afectado, não vai receber a informação com a mesma eficiência e rapidez, afectando o desempenho e rendimento do atleta”, afirmou esta manhã o Director Técnico do Centrooptico, José Geraldes, durante o I Fórum de Futsal de Angola, promovido pela Federação Angolana de Futebol de Futsal (FAFUSA) e o Centrooptico, em Luanda.
Numa altura em que a modalidade vive um dos melhores momentos de visibilidade social e com os melhores resultados desportivos de sempre em Angola, o evento visou reunir dirigentes associativos, treinadores, atletas e amantes do futsal, para um momento de reflexão, reconhecimento, união, desenvolvimento e afirmação, antecipando a participação da selecção nacional no Campeonato do Mundo, que decorre entre 14 de Setembro e 6 de Outubro.
‘Optometria Desportiva: A Saúde Visual no Desporto’ foi o mote da apresentação do Director Técnico do Centrooptico, que enumerou os principais tipos de injúrias e traumas oculares no desporto, como as lesões corneanas, hifema, ruptura do globo ocular, lesões retinianas, hemorragias orbitárias, lacerações palpebrais e lesões no cristalino.
“Quando falamos das modalidades de futebol e futsal, o principal risco são as lesões retinianas. Ao nível da protecção contra estas lesões, é recomendada a utilização de óculos de protecção com filtros”, referiu José Geraldes, recordando que “a ocorrência de lesões oculares é duas a três vezes superior em práticas desportiva e/ou recreativa do que no trabalho, sendo que a introdução de programas de protecção ocular no desporto pode reduzir as lesões oculares entre 77% a 84%”.
José Geraldes sublinhou ainda que “os óculos oftálmicos não são um substituto adequado para protecção”. “São necessários óculos de protecção próprios, sendo importante ter-se em conta a escolha da armação, do design da lente e do material. A título de exemplo, o policarbonato é mais resistente a arranhões e a outros impactos. Muitas das desvantagens do policarbonato são compensadas por se evitarem custos de uma lesão ocular e, a longo prazo, consequências da perda visual.”
O Director Técnico do Centrooptico abordou a importância do uso de óculos de protecção com filtros, sobretudo em atletas que praticam desportos ao ar livre e actividades recreativas, que exigem protecção contra a radiação solar. O Centrooptico disponibiliza uma ampla gama de óculos desportivos que podem ser graduados e adequados a todo o tipo de actividades desportivas.
“Num dia com sol, a iluminação varia de 1000 a 10000 foot-lamberts, saturando a retina e reduzindo os níveis mais delicados da sensibilidade ao contraste. Os efeitos oculares da exposição à radiação UV podem incluir pterígio, pinguécula, cataratas, fotoqueratites corneais”, alertou.
O Centrooptico é actualmente o principal patrocinador da modalidade de futsal em Angola, promovendo acções de apoio à FAFUSA, designadamente a oferta de equipamentos, apoio logístico e financeiro, realização de rastreios visuais e auditivos às equipas feminina e masculina e, em caso de necessidade, oferta de consultas de optometria e óculos desportivos.
A cooperação entre as duas entidades inclui ainda o apoio à realização do Campeonato Nacional de Futsal e o desenvolvimento do Projecto Nzoji, que visa uma mudança social e cívica de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade em Angola. Neste projecto, o Centrooptico tem assegurado a realização de rastreios visuais gratuitos às crianças que praticam futsal, com oferta de óculos graduados a quem necessitar e acompanhamento anual, e a oferta de um kit escolar (mochila, lápis, canetas, cadernos, bonés, entre outros) aos jogadores Nzoji.
No âmbito do Projecto Nzoji foram já concretizadas mais de 2.000 ofertas de material escolar e bonés, realizados mais de 600 rastreios visuais e auditivos nas escolas que participam no projecto, oferecidas consultas de optometria ou oftalmologia e óculos graduados, e dinamizadas palestras sobre saúde visual e auditiva à comunidade envolvida no projecto.
“Existimos para democratizar o acesso aos cuidados de saúde visual e auditiva de todos os angolanos. Desde 2014 que nos preocupamos em fazer a diferença, tanto interna como externamente, criando impacto e contribuindo para a melhoria de vida das comunidades onde estamos inseridos”, salientou o Director Técnico do Centrooptico.
No I Fórum de Futsal de Angola participou também o seleccionador nacional, Marcos Antunes, com uma apresentação sobre ‘A conquista da mudança’, em que foi apresentado um balanço do trabalho realizado nos últimos dois anos e uma análise à evolução da selecção e da modalidade em Angola.
O evento contou ainda com a intervenção de José Gamboa, da Universidade Jean Piaget, que debateu ‘A importância da Academia no sucesso desportivo’, e a realização de uma mesa redonda subordinada ao tema ‘O treinador de futsal’, com as presenças de João Faria ‘Toco’, treinador do Clube 1.º de Maio, Henrique do Rosário ‘Nandinho’, treinador do Clube Desportivo do Exército, e Sérgio Gomes, treinador do Clube do Jupter, que realizaram os cursos da Confederação Africana de Futebol e da FAFUSA.