Luanda – O navio angolano de investigação científica “Baía Farta” vai retomar aos testes (prova de mar) daqui a dois ou três meses, período previsto para concluir a superação da anomalia identificada durante o primeiro teste realizado em 2021, nas águas oceânicas de Angola.
Segundo a ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen Neto, a embarcação científica encontra-se em Cape Town (África do Sul), onde está a ser reparada uma pequena anomalia detectada em alguns instrumentos de investigação.
Com isso, avançou, “não corresponde a verdade a informação veiculada por alguns órgãos de comunicação social nacional, segundo a qual, o Baía Farta foi devolvido ao país de origem, Roménia.
“O nosso navio não foi devolvido e ainda está dentro do plano de garantia. O que nós fizemos é entregar a embarcação à empresa indicada para fazer a adequação das conformidades necessárias, tendo em conta a anomalia que foi identificada na primeira prova de mar no país”, clarificou.
Contudo, a ministra assegurou que daqui a dois ou três meses, o navio estará em Angola para dar sequência ao programa de investigação científica nacional.
O Baía Farta é um navio de investigação pesqueira e oceanográfica, com capacidade para realizar a monitorização dos recursos pesqueiros, investigação de ecossistemas e levantamentos hidrográficos e geológicos.
Entregue ao Governo angolano em 2018, após a sua conclusão na Roménia, a embarcação foi testado numa profundidade de dois mil e 212 metros, bem como a mais de cinco mil metros de profundidade no Oceano Atlântico durante a sua vinda para Angola.
Com um comprimento de 74,1 metros, o navio angolano, orçado em cerca de 80 milhões de dólares, tem capacidade para embarcar 51 pessoas (29 tripulantes e 22 cientistas) e uma autonomia de 29 dias em mar.
Está composto por uma sala acústica, quatro laboratórios, um ginásio, camarotes duplos, cozinha, área de serviço com 15 monitores de comando e três computadores para o comando do Sonar (aparelho electrónico utilizado, geralmente, na navegação naval, para medir a distância entre a superfície da água e o fundo marinho).