O Ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D’Abreu, afirmou esta segunda-feira, na abertura da Conferência Nacional sobre a preparação de Angola para a Auditoria Obrigatória da Organização Marítima Internacional (OMI), que o país enfrenta um “verdadeiro teste” à sua capacidade de actuação no sector marítimo.
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A auditoria, marcada para o período de 3 a 10 de Novembro deste ano, será, nas palavras do ministro, “um momento de escrutínio em múltiplas frentes” e um desafio que envolve não apenas a Agência Marítima Nacional, mas todo o aparelho do Estado. “É o País. Somos nós todos governantes e governados, técnicos e decisores que vamos ser examinados. E temos de passar com distinção”, advertiu.
O governante reforçou durante a abertura da Conferência Nacional sobre a preparação para a Auditoria Obrigatória da Organização Marítima Internacional, que esta avaliação internacional ultrapassa a simples verificação de aspectos técnicos, tratando-se de um exercício de credibilidade, responsabilidade e competência nacional. “Esta conferência marca um ponto de viragem, ou nos afirmamos agora, ou perdemos uma oportunidade de ouro para fazermos do mar um activo nacional estruturante”, frisou.

Ricardo D’Abreu destacou o carácter transversal da boa governação marítima e a necessidade de um alinhamento entre sectores. “Neste domínio, ninguém trabalha sozinho”, sublinhou, citando os ministérios dos Transportes, Petróleos, Pescas, Ambiente, Defesa, Finanças, Justiça, Interior, Administração Pública, Ensino Superior e outros como actores com impacto directo no sistema marítimo nacional.
Segundo apurou o POC NOTÍCIAS, que esteve durante os dois dias na cobertura do evento, como parte do esforço de preparação, o Executivo criou um grupo multissectorial e recorreu ao apoio técnico da Lloyd’s Register para realizar uma Análise de Lacunas rigorosa, que deu origem à Estratégia Nacional 2025–2029 sobre a Implementação dos Instrumentos Obrigatórios da OMI. O documento define metas, prioridades e responsabilidades claras, visando garantir uma resposta eficaz e mensurável ao desafio colocado pela auditoria.
“Queremos que a bandeira angolana inspire confiança, que os nossos marítimos sejam reconhecidos pela sua competência onde quer que estejam, e que o País se afirme como um Estado marítimo respeitado”, afirmou o ministro, apelando à convergência de esforços e à responsabilidade colectiva como caminho para o sucesso.
A Conferência Nacional decorre durante um dia e meio em Luanda e reúne entidades públicas e privadas ligadas ao sector marítimo, com o objectivo de alinhar estratégias e acções concretas para assegurar uma participação positiva de Angola na auditoria da OMI.
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