O WineClub.AO, plataforma angolana de promoção, educação e realização de eventos enogastrómicos, realizou, neste sábado, dia 13 de Março, no restaurante Chalé da Comida, a IIª edição da prova “Vinhos e Outros Prazeres”, que reuniu quase mais de 60 pessoas presencialmente e online, entre apreciadores de vinhos, distribuidores e operadores do sector da restauração.
Na abertura do evento, o sócio e fundador do WineClub.AO, Sebastião Vemba, disse que o sector que não passou imune aos efeitos negativos da pandemia, embora existam experiências que comprovem o contrário, uma vez muitos produtores e distribuidores investiram no digital como canal privilegiado de vendas e registaram ganhos, apesar da conjuntura.
O certame contou a participação de especialistas internacionais, via Zoom, para um curto debate sobre o impacto da pandemia na indústria do vinho, bem como os caminhos possíveis para dinamizar as exportações e vendas, num contexto de restrições comerciais e limitação de deslocação de pessoas.
Um mercado marcado pela retracção
Presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão, frisou durante a sua intervenção que o ano de 2020 foi de retracção no mercado mundial dos vinhos. “Estivemos a analisar, as exportações dos países concorrentes, como a Itália, Espanha e França, assim como o Chile, Argentina e África do Sul, e reparámos que quase todos caíram, ou em valor, ou volume e valor, ou ainda em ambos”, adiantou.
“Angola é um país em que somos líderes do mercado e queremos continuar a investir, trabalhando a marca Vinhos de Portugal, dando formação aos consumidores e distribuidores”
Para Frederico Falcão, a pandemia veio mudar as regras todas do jogo, mas “Angola é um país em que somos líderes do mercado e queremos continuar a investir, trabalhando a marca Vinhos de Portugal, dando formação aos consumidores e distribuidores”.
Já o Analista de Mercado da Agência Italiana de Comércio, Deslandes Monteiro, classificou 2020 como um ano peculiar para o sector dos vinhos. Houve pontos positivos em algumas vertentes e pontos negativos noutras, revelando que na vertente da produção, as coisas correram muito mal para os produtores italianos, porque as empresas, devido às restrições, tiveram muitas dificuldades de ter pessoas para fazer a colheita, o que representou uma queda no mercado italiano foi de 54%.
“Na vertante do consumo, a tendência foi paradoxalmente contrária. Houve um aumento do consumo, mas deixou de ser nos restaurantes e passou a ser, em Angola, os supermercados e as plataformas digitais. O comércio online de vinhos, de resto, cresceu mais de 90%”, adiantou.
Por sua vez, Gonçalo Jorge, gestor dos mercados de África e Médio Oriente da Esporão, confifenciou que a Esporão acabou por não ser má. Não sofreu as conquências da Covid-19, neste aspecto, mas, obviamente, sofremos bastante nos resultados, principalmente em Portugal, onde dependemos muito da restauração e do canal HORECA que nos valia quase 60%.
Ainda durante o certame foi apresentada a loja de E-commerce www.wineclub.ao. Juntaram-se a esta iniciativa a Esporão, MultiÁfrica, Casa Ferreirinha e a Caxaramba.
A Organização atesta que o WineClub.AO continuará a ser uma plataforma de promoção dos vinhos e dos actores do sector, assim como um palco para permitir a interacção entre amigos, gestores e homens de negócio. Essa segunda edição de “Vinhos e Outros Prazeres” será a confirmação do nosso interesse em sermos agregadores e parte interessada na criação de um ecossistema de apreciadores de vinho e todo o negócio circundante, com destaque para o enoturismo”, finalizou.
Redação Poc Notícias