A taxa de inflação mensal em Angola voltou a registar uma desaceleração ao fixar-se em 1,34% no mês de Abril, ligeiramente abaixo dos 1,38% verificados em Março, de acordo com os dados publicados pelo Banco Nacional de Angola (BNA) no seu portal oficial.
POC NOTÍCIAS | ANA ATALMIRA | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
A descida da inflação mensal reflecte, entre outros factores, a diminuição da contribuição da classe de Transportes, que caiu 0,08 pontos percentuais. Ainda assim, a classe de Alimentação e Bebidas não Alcoólicas manteve-se como principal responsável pela variação dos preços, contribuindo com 0,87 pontos percentuais, o que corresponde a 64,90% da inflação total do mês.
Segundo o BNA, 24 dos 732 produtos que compõem o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) foram responsáveis por 65,10% da inflação observada em Abril. Os maiores impactos vieram do pão de trigo (0,16 p.p.), do tomate (0,14 p.p.) e da cebola (0,11 p.p.).
A inflação homóloga, referente ao acumulado dos últimos 12 meses, situou-se em 22,32% em Abril, abaixo dos 23,85% registados no mês anterior. O banco central atribui esta desaceleração à melhoria na oferta de bens essenciais, associada a condições monetárias estáveis e a uma relativa estabilidade cambial.
Base Monetária cresce e crédito à economia aumenta
No campo monetário, a Base Monetária em moeda nacional cresceu 2,23% em Abril, contrastando com a contracção de 3,99% registada em Março, o que reduz a contracção acumulada para 5,38%. Em termos homólogos, a Base Monetária registou também uma expansão de 2,23%.
Já o agregado monetário M2, também em moeda nacional, registou uma contracção de 1,07%, após ter crescido 4,59% no mês anterior. Desde o início do ano, a expansão acumulada é de 2,89%, enquanto em termos homólogos verificou-se um crescimento de 5,36%.
O stock de crédito à economia atingiu os 6,31 biliões de kwanzas em Abril, o que representa um aumento de 1,25% face a Março e uma variação acumulada de 5,04% no ano, equivalente a 302,72 mil milhões de kwanzas em valores absolutos.
Redução no superavit da conta de bens
No sector externo, o saldo superavitário da conta de bens caiu 14,56%, passando de 1,36 mil milhões para 1,16 mil milhões de dólares norte-americanos entre Março e Abril de 2025. Em termos acumulados até Abril, o saldo situou-se em 5,27 mil milhões de dólares, representando uma queda de 33,17% face ao mesmo período de 2024, quando o valor era de 7,88 mil milhões de dólares.
A queda do superavit acumulado deveu-se à conjugação de dois factores: a redução das exportações em 15,81% (menos 1,92 mil milhões de dólares) e o aumento das importações em 16,48% (mais 698,41 milhões de dólares).
Por fim, o stock das Reservas Internacionais fixou-se em 15,48 mil milhões de dólares norte-americanos, valor que assegura uma cobertura de 8,23 meses de importação de bens e serviços.