O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para o agravamento dos riscos na capacidade de pagamento de Angola e reviu em baixa a previsão de crescimento económico para 2,1% em 2025, contra os 2,4% estimados em Maio e muito abaixo da projecção inicial de 3%.
Num comunicado divulgado na sua página oficial, sobre a Avaliação Pós-Financiamento de 2025, o FMI reconhece que a capacidade de pagamento de Angola se mantém “adequada”, mas sublinha que os riscos aumentaram face ao ano anterior.
A instituição financeira aponta como principais factores a queda das receitas petrolíferas e o aperto das condições financeiras externas no primeiro semestre, que levaram a uma deterioração da posição fiscal. O défice total deverá subir para 2,8% do PIB em 2025, depois de ter ficado em apenas 1% em 2024.
O Fundo chama ainda a atenção para pressões de financiamento de curto prazo, devido ao vencimento de um montante significativo da dívida externa, e alerta que as vulnerabilidades se intensificaram devido à instabilidade na produção petrolífera, à volatilidade dos preços internacionais e à fragilidade dos saldos fiscal e externo.
No seu parecer, os directores executivos do FMI apelaram a Angola para a adopção de políticas macroeconómicas prudentes, maior racionalização da despesa pública e contenção do endividamento, como forma de preservar o espaço fiscal e salvaguardar a estabilidade financeira.
O relatório reitera igualmente a importância de reforçar o quadro de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, salientando como prioridade a saída da lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI).