“Não faço música por dinheiro. Posso ficar sem um centavo, mas continuarei a fazer música”. Essas são as palavras de Califa, o cantor que deixa o reality show ‘Estrela da Casa’, com emissão diária no Globo HD, às 21h30 (ANG) e também no Globo On, às quartas, às 22h40.
Na entrevista a seguir, Califfa revela os seus próximos passos e reflete sobre o que acredita ter faltado para alcançar o primeiro lugar na competição.
De tudo o que viveu no ‘Estrela da Casa’, o que mais o marcou?
Para mim, o reality foi como um spa espiritual de música, porque eu precisava muito deste momento de autodescoberta. Sempre fiz muitas coisas, escrevi para muitos artistas, mas o meu sonho sempre foi ser cantor. A minha forma de entrar no mundo da música foi através da escrita. Pensei: ‘Vou começar a escrever e, eventualmente, alcançar o que realmente quero’. E então surgiu o ‘Estrela da Casa’, que me proporcionou esta oportunidade. O processo que vivi lá foi incrível, estou muito feliz por o ter concluído. Não faço música por dinheiro. Claro que seria óptimo, e seria hipocrisia dizer que não gostaria de ganhar um prémio e um contrato, mas já passei da fase de pensar apenas nisso. Posso ficar sem dinheiro, mas continuarei a fazer música, porque é a única coisa que realmente sei fazer.
O que acha que pesou na sua eliminação: o convívio ou o lado musical?
A música não, pelo contrário. Mas não tive muita oportunidade de cantar lá dentro, porque o pariticpante só canta quando está a correr o risco de sair da casa ou quando ganha uma prova. Eu toco, canto, escrevo, então sabia que musicalmente não ia atrapalhar-me. O que me atrapalhou foi a forma de jogar, de não se jogar às vezes, por ter muita disciplina musical, de não querer mostrar-se tanto e guardar o talento para usar na hora certa. De repente, posso ter falhado nisto. Eu entrei na casa na intenção de mostrar a minha musicalidade, não o meu lado pessoal. Confesso que posso ter confundido alguma coisa e isso pode ter me tirado do programa, sim.
Qual era o seu principal objectivo ao entrar no ‘Estrela da Casa’? Acredita ter conseguido alcançá-lo neste tempo que permaneceu no reality?
Consegui algumas coisas. Consegui mostrar o meu lado pessoal. Mas gostaria de mostrado mais música. O meu repertório era totalmente autoral. Fui um pouco ingênuo em relação a isso. Pensei: “Eu vou colocar as músicas famosas que eu tenho”. Só que não foi suficiente para virar “Hitmaker”. Confesso também que isso não me abalou em nada, pelo contrário, foi autêntico até demais. Eu saí com a sensação de trabalho bem-feito.
Dentro do programa, o que foi mais difícil?
O mais difícil para mim não foi nem ficar sem celular, mas ficar sem saber que horas eram. Fiquei desnorteado. Eu nem sei se eu engordei, não sei o que aconteceu comigo, fiquei todo desajustado. O confinamento é difícil, mas sem relógio é demais.
Se tivesse permanecido na disputa, qual seria sua próxima música lançada?
Seria uma música minha que o Ferrugem gravou, “Dois copos”. Aí eu iria para a “Batalha” com gosto (risos). Mas fui ingênuo na hora de escolher o meu repertório e a ordem das músicas, confesso.
Do que mais gostou durante os preparativos para o programa?
Gostei muito da convivência com o Vinicius Rosa, produtor musical do ‘Estrela da Casa’. Foi uma parceria fantástica! É uma pessoa sensacional. Com certeza vamos fazer alguma coisa ao longo da vida.
Já tem planeado para a sua carreira daqui por diante? A parceria com Papatinho continua?
Quero mostrar um projecto que já tenho guardado, um samba misturado com rap. Estou cada vez mais ambicioso para trazer este trabalho musical com estética, com um tempero neutro e algumas ideias que tenho em mente. É importante destacar que tenho um álbum de rap finalizado e que pretendo dar para algum artista cantar, bem como um álbum de afrobeat que é o meu sonho lançar. A parceria com o Papatinho é para permanecer.
O reality ‘Estrela da Casa’ tem direcção artística de Creso Eduardo Macedo e Rodrigo Dourado, produção de Maiana Timoner e direcção de género de Boninho.