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Os registos financeiros do Banco Áfricano de Desenvolvimento para 2023 colocam-no numa posição ideal para servir melhor África e criar um impacto mais significativo no desenvolvimento do continente, segundo o Presidente do Grupo, Akinwumi Adesina, no seu discurso final nos Encontros Anuais.
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O rendimento do Banco Africano de Desenvolvimento, proveniente de empréstimos e investimentos de tesouraria aumentou 123%, de 775 milhões de dólares em 2022 para 1,73 mil milhões de dólares em 2023. O Banco também alcançou o seu maior lucro líquido de sempre antes das distribuições, no valor de 545 milhões de dólares, e atribuiu um recorde de 335 milhões de dólares às reservas.
O Presidente do Conselho de Governadores do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento e Secretário do Gabinete do Tesouro Nacional do Quénia, Njuguna Ndung’u, exortou os Governadores a “aprofundar as discussões” sobre o aumento do capital exigível do Banco: “Isto protegerá o rating de triplo A do Banco, numa base sustentável, contra choques externos recorrentes, incluindo a descida da notação dos seus acionistas com notação de triplo A, [e] permitirá ao Banco manter a sua trajectória de empréstimos e preservar a sua posição como credor estratégico e principal instituição de financiamento do desenvolvimento em África”, afirmou.
Os líderes também sublinharam a urgência de mobilizar financiamento para construir economias africanas resistentes às alterações climáticas. O Banco, disse Adesina, “está no bom caminho para atingir o seu objectivo de mobilizar 25 mil milhões de dólares em financiamento climático e, no ano passado, dedicámos 45% do nosso total de empréstimos ao financiamento climático”.
Catalisar o desenvolvimento inclusivo
A Ação Financeira Afirmativa para Mulheres em África (AFAWA), do Banco, em parceria com o Fundo de Garantia para África, financiou mais de 18.000 empresas detidas por mulheres, fornecendo-lhes o capital e o apoio necessários para prosperarem nos respectivos mercados. “Até ao final deste ano, a AFAWA terá atingido os 2 mil milhões de dólares em apoio a até 30 mil pequenas e médias empresas detidas por mulheres”, afirmou Adesina.
No ano passado, o Banco criou os Bancos de Investimento no Empreendedorismo Jovem para prestar apoio financeiro e técnico a empresas detidas por jovens. O Conselho de Administração do Banco já aprovou 16 milhões de dólares para a Libéria e 12 milhões de dólares para a Etiópia para a criação de Bancos de Investimento no Empreendedorismo Jovem. Outros países candidataram-se a participar na iniciativa.
Em onze países africanos – Costa do Marfim, Etiópia, Guiné, Quénia, Mali, Moçambique, Nigéria, Senegal, Tanzânia, Togo e Zâmbia – o Banco, juntamente com parceiros, está a estabelecer Zonas Especiais de Processamento Agroindustrial (SAPZ), concebidas para transformar o sector agrícola africano através da criação de centros de valor acrescentado.
Investimentos recorde
“Em 2023, o nosso financiamento totalizou mais de 10 mil milhões de dólares, em todas as nossas prioridades High 5”, afirmou, acrescentando: “Nos últimos nove anos, investimos bem mais de 50 mil milhões de dólares em projectos de infraestruturas no continente, de longe o maior investimento de qualquer banco ou instituição multilateral de desenvolvimento”.
Adesina enumerou várias iniciativas inovadoras para demonstrar o papel do Banco como catalisador da mudança, impulsionando a transformação de África através de investimentos e parcerias recorde. Destacou a Aliança para as Infraestruturas Verdes em África (AGIA), no valor de 10 mil milhões de dólares, uma parceria inovadora com a Africa50 e a União Africana, destinada a acelerar o desenvolvimento de projectos de infraestruturas sustentáveis. Esta iniciativa destina-se a impulsionar a transição do continente para um futuro mais verde e mais resiliente.
Adesina também enfatizou o compromisso do Banco em apoiar a economia digital, citando o programa i-DICE de 618 milhões de dólares na Nigéria, que criará 6 milhões de empregos e acrescentará 6,4 mil milhões de dólares à economia.