A multinacional DP World pretende reforçar a sua presença em Angola, posicionando o país como um eixo estratégico para o comércio e logística da África Austral. A informação foi avançada hoje, em Luanda, pelo Presidente do Conselho de Administração e Managing Director da DP World Sub-Saharan Africa, Mohammed Akoojee, após um encontro com o Ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D’Abreu, realizado no âmbito das actividades institucionais do Angola Hub Transportes e Logística Summit 2025.
Durante a entrevista, Mohammed Akoojee anunciou um investimento estimado em 100 milhões de dólares nos próximos dois a três anos, orientado para a expansão do terminal da empresa em Angola, desenvolvimento logístico e implementação de plataformas digitais modernas. “Queremos apoiar Angola a reforçar a sua conectividade com países vizinhos, nomeadamente a Zâmbia e a República Democrática do Congo, criando uma plataforma logística uniforme e consistente”, afirmou.

Presidente do Conselho de Administração e Managing Director da DP World Sub-Saharan Africa
O responsável sublinhou que a prioridade deste investimento é a redução dos custos operacionais e de transporte, factor considerado crucial para aumentar a competitividade da economia angolana e impulsionar o crescimento dos sectores produtivos.
Outro ponto central da estratégia da DP World passa pelo apoio ao sector agrícola nacional. Mohammed Akoojee afirmou que a empresa pretende instalar três a quatro hubs logísticos regionais para melhorar a circulação de produtos agrícolas e reduzir perdas na cadeia de escoamento. “Queremos criar uma rede de transporte eficiente, que permita que os produtos cheguem ao consumidor final sem se estragarem nos campos por falta de escoamento”, explicou.
Embora o valor exacto do investimento agrícola ainda não esteja definido, o gestor garantiu que será “significativo ao longo dos anos”, reforçando a intenção da multinacional em apoiar a agricultura e a indústria local.
Mohammed Akoojee considerou que Angola está bem posicionada geoestrategicamente para desempenhar um papel central no comércio regional e internacional. A sua localização, frisou, pode beneficiar directamente países como a Zâmbia e a RDC, permitindo que utilizem o território angolano como via de ligação para o mercado global. “Com os investimentos certos e infra-estruturas fortes, Angola poderá não só suportar o crescimento interno, como também tornar-se um pilar logístico estratégico para toda a África Austral”, concluiu.