O cenário de greves sucessivas em Angola continua, sendo que depois dos taxistas, seguem-se agora os professores que reivindicam actualização da tabela salarial e lamentam que “não se justifica que um professor esteja a ganhar 69 mil kwanzas e o máximo da tabela são 300 mil kwanzas”.
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POC NOTÍCIAS: Domingos Barros | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Depois da recente greve dos taxistas que culminou com actos de violência na capital do país, segue-se agora a greve dos professores, que segundo o Sindicato Nacional de Professores e Trabalhadores do Ensino não Universitário (Sinptenu) angolano começou esta quinta-feira (20) a segunda fase da greve, que decorre até 26 de Janeiro, para reivindicar atualização dos salários.
Os professores, na pessoa do secretário-geral do Sinptenu, Victor Gimbi, consideram que a greve surge por “não haver boa vontade” do Ministério da Educação na resolução das suas reivindicações, plasmadas num caderno reivindicativo remetido em Fevereiro de 2021.
“A greve é um facto, porque estamos a reivindicar a actualização da tabela salarial. Não se justifica que um professor, seja qual for o seu nível académico, que resulta na categoria em que se encontre, esteja a ganhar 69 mil kwanzas e o máximo da tabela são 300 mil kwanzas (491 euros)”, afirmou Victor Gimbi.
Para agentes da educação, o Sinptenu propõe um salário entre 400.000 kwanzas e 1.000.000 de kwanzas entre o 13.º e o 1.º grau, para o pessoal técnico salários entre 200.000 kwanzas e 300.000 kwanzas e para o pessoal não técnico, nomeadamente operários qualificados de segunda, salários de 120.000 kwanzas e para auxiliares de limpeza salários de 100.000 kwanzas.
Para Victor Gimbi, a actual remuneração constitui “uma humilhação para os professores”, por isso, assinalou, a negociação da tabela salarial “é o ponto fulcral” do caderno reivindicativo, mas garante que existirem outros pontos como a disponibilização de condições de trabalho, higiene e de segurança.