O Corredor do Lobito registou, em menos de um ano de operação plena, o transporte de 150 mil toneladas de mercadorias, número que deverá atingir as 200 mil toneladas até ao final de 2025, segundo dados avançados durante a mesa-redonda “O Corredor do Lobito e o seu Papel na Logística Mineira Regional”, realizada hoje, 23 de Outubro, no segundo dia da AIMC 2025, em Luanda.
POC NOTÍCIAS | ANA ATALMIRA | EMANUEL DOMINGOS | geral@pocnoticias.ao |
De acordo com os intervenientes, o corredor permitirá reduzir em mais de 15 dias o tempo médio de transporte dos concentrados minerais, que anteriormente podiam demorar até 35 dias entre a RDC e o porto de Durban, na África do Sul.
A Lobito Atlantic Railway (LAR), operadora do projecto, iniciou oficialmente as suas operações em Janeiro de 2024. Em menos de dois anos, o corredor transformou-se numa rota estratégica para a exportação de cobre, manganês, zinco e outros minerais de alto valor, consolidando a posição de Angola como hub logístico e mineiro da África Austral.
Segundo Ottoniel Manuel, Administrador Executivo da Lobito Atlantic Railway (LAR), o investimento angolano permitiu a construção de oito bases de manutenção ferroviária ao longo da linha, distribuídas pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, garantindo maior eficiência e segurança na operação.
No entanto, o troço de 400 quilómetros na RDC continua a representar o principal desafio logístico, com comboios a circularem a velocidades médias entre 5 e 10 km/h, limitando a fluidez do transporte transfronteiriço.
A mesa-redonda sublinhou também o impacto regional do projecto, com representantes da Africa Finance Corporation (AFC) e de outros parceiros internacionais a confirmarem novos investimentos para a expansão da infraestrutura e o financiamento de projectos de extracção de minerais críticos, num montante global de mil milhões de dólares.
Para os participantes, o Corredor do Lobito constitui hoje um marco histórico na integração económica africana, ligando o interior mineiro do continente ao Atlântico e posicionando Angola como uma plataforma central do comércio e da industrialização regional.