POC NOTÍCIAS: Fábio Domingos | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
No primeiro semestre de 2022, os bancos comerciais compraram divisas em montantes assinaláveis, tendo excedido em 30,9% o montante adquirido no período anterior e em 63,0% o montante do período homólogo de 2021, segundo o Relatório sobre a Evolução do Mercado Cambial do 1.º semestre de 2022.
Segundo o Relatório sobre a Evolução do Mercado Cambial do 1.º semestre de 2022, que o POC NOTÍCIAS teve acesso, a compra de divisas efectuada pelos Bancos comerciais permitiu uma maior execução das diversas operações (mercadorias, invisíveis correntes e capitais) no mercado secundário.
Por sua vez, a taxa de câmbio do Kwanza em relação ao Dólar norte-americano e ao Euro manteve a sua tendência de apreciação, tendo se fixado no final de Junho em USD/AOA 428,2 e EUR/AOA 446,1, o que representa uma apreciação acumulada de 29,61% e 40,99%, respectivamente.
O presente relatório refere também que no primeiro semestre de 2022, a oferta de divisas no mercado cambial mostrou-se estável e equilibrada, face à diversidade de fontes de aquisição de moeda estrangeira a partir da plataforma da Blomberg (FXGO), nomeadamente, o Tesouro Nacional, as empresas do sector petrolífero e diamantífero e, pontualmente, o Banco Nacional de Angola.
“Como consequência, a taxa de câmbio do kwanza em relação ao dólar norte-americano ao longo do semestre apresentou uma trajectória descendente, tendo passado de USD/AOA 555,0 em Dezembro de 2021 para USD/AOA 428,21 em Junho de 2022, representando assim uma apreciação do kwanza de 29,6%”
No período em análise, a taxa de câmbio do Kwanza em relação ao Euro registou, igualmente, uma apreciação passando de EUR/AOA 629,0 em Dezembro de 2021 para EUR/AOA 446,1 em Junho de 2022, tendo assim o Kwanza apreciado em 41,0%.
Com a adopção da estratégia de normalização do mercado cambial, assistiu-se de 2018 a 2020, uma depreciação da moeda nacional com tendência de redução do seu ritmo. Mas a partir de 2021, inverteu-se o quadro depreciativo da moeda nacional, e com uma tendência de aumento da referida valorização. Após a queda do valor da moeda nacional em virtude da reforma cambial adoptada em 2018, a moeda nacional está agora em torno do seu valor de equilíbrio.
O relatório destaca ainda que de igual modo, verifica-se uma apreciação da Taxa de Câmbio Real Efectiva (TCRE) do Kwanza face as moedas dos principais parceiros comerciais de Angola, essencialmente, justificada pela apreciação da taxa de câmbio nominal do Kwanza, bem como a redução dos preços relativos que continua a ser impulsionada pelo comportamento do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) (desaceleração da taxa de inflação).
Com este nível de apreciação da taxa de câmbio real efectiva, o hiato aumentou ligeiramente ao passar de -2,8% no quarto trimestre de 2021 para -3,3%, mantendo-se em torno do equilíbrio, ou seja, em torno do seu real valor com relação às moedas dos parceiros comerciais de Angola, garantindo deste modo a
competitividade externa da economia.