A médica Lubna Amade, da Mediplus, alertou que Angola regista cerca de 4.500 novos casos de cancro da mama por ano, com uma taxa de mortalidade que ronda os 50%, o que significa que metade das mulheres diagnosticadas não sobrevive à doença. A especialista falava durante uma palestra promovida pela SanlamAllianz, dedicada à prevenção e consciencialização sobre o cancro da mama.
POC NOTÍCIAS | NATERCIA PADRE | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Segundo a médica, o medo e o estigma social continuam a ser os maiores inimigos da detecção precoce, levando muitas mulheres a procurarem ajuda médica apenas quando o cancro já se encontra em estado avançado.
“O cancro é uma doença de evolução rápida e, muitas vezes, as pessoas, por medo, não se aproximam das unidades sanitárias. Quando o fazem, já é tarde demais”, advertiu Lubna Amade.
A especialista sublinhou ainda a importância do auto-exame e do conhecimento do próprio corpo, como primeira linha de defesa contra o cancro. “É essencial que cada mulher aprenda a reconhecer as anomalias no seu corpo e procure ajuda médica logo que possível”, acrescentou.
Apesar de a maior incidência da doença ocorrer a partir dos 50 anos, a médica revelou que já há registos de casos em mulheres com apenas 30 anos, um fenómeno que associa à exposição prolongada ao estrogênio, hábitos alimentares processados, mutação genética nos genes BRCA1 e BRCA2, e obesidade, todos factores de risco identificados pela comunidade científica.
Recorde-se que os genes BRCA1 e BRCA2 são genes humanos que produzem proteínas responsáveis por reparar o ADN danificado. O nome vem do inglês BReast CAncer gene 1 e BReast CAncer gene 2. Esses genes ajudam a manter a estabilidade genética das células. São, por isso, chamados de genes supressores de tumores, pois evitam que as células cresçam e se dividam de forma descontrolada.
Lubna Amade destacou ainda que a prevenção e o diagnóstico precoce podem salvar milhares de vidas, defendendo a necessidade de reforçar campanhas de educação para a saúde e de aproximar os serviços médicos das comunidades.
“Estas palestras são fundamentais para quebrar tabus e lembrar que o cancro da mama não é uma sentença de morte, desde que seja detectado e tratado a tempo”, concluiu.
O evento integrou-se na campanha de sensibilização “Outubro Rosa”, que decorre em todo o país, e que visa promover o rastreio, o tratamento precoce e a desmistificação da doença, num esforço conjunto entre instituições de saúde e parceiros privados.
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