Os agricultores do Lépi, no Município do Longonjo (Província do Huambo), registaram em Setembro de 2025 uma produção total estimada em 265 toneladas de batata-rena, resultado da primeira campanha-piloto do Projecto Campo Verde.
A iniciativa envolveu 46 famílias agricultoras numa área de 25 hectares, dos quais 22 hectares foram colhidos e cerca de três hectares reservados para multiplicação de sementes – uma estratégia que assegura maior autonomia e sustentabilidade nas futuras campanhas.
Com um investimento global de cerca de 100 milhões de Kwanzas, garantido pelo Campo Verde, activo do Greenfield – Fundo de Capital de Risco (FCR) ESG, a campanha permitiu disponibilizar 50 toneladas de semente certificada, 12,8 toneladas de fertilizantes e 2,5 toneladas de ureia. Cada família trabalhou, em média, meio hectare, envolvendo mais de 40 pessoas por campo.
Segundo Sérgio Sousa, Coordenador da Campo Verde, o campo experimental ultrapassou as 12 toneladas por hectare, demonstrando o potencial produtivo quando as recomendações técnicas são plenamente seguidas. A assistência técnica foi assegurada por especialistas em agronomia e pela ADRA – Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, garantindo acompanhamento próximo aos agricultores.
O modelo adoptado, conhecido como Modelo Barter, inovador em Angola, permite aos agricultores aceder a insumos e assistência técnica em troca de parte da produção, partilhando riscos entre agricultores e investidores.
Histórias individuais reforçam o impacto: Mateus José da Costa, antigo combatente, Sofia Vassoteca e André Sabonete Ndunduma, camponeses da região, atingiram resultados expressivos, confirmando que a combinação de insumos de qualidade, assistência especializada e práticas agrícolas sustentáveis pode transformar realidades comunitárias.
O Projecto Campo Verde pretende agora replicar este modelo noutras regiões do país, contribuindo para a segurança alimentar, a dinamização do agronegócio e a atracção de investimentos com impacto económico, social e ambiental positivo.
