Angola registou, em 2024, um aumento significativo na utilização de instrumentos electrónicos de pagamento, com 2,5 mil milhões de operações processadas, no valor total de 74,4 biliões de Kwanzas, representando um crescimento de cerca de 35% face ao ano anterior. Os dados foram revelados pelo Governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, durante a abertura da Conferência sobre Instrumentos Alternativos de Pagamento, realizada recentemente, em Luanda.
Segundo o Governador do BNA, o crescimento verificado reflecte a maior disponibilidade e aceitação de soluções digitais de pagamento, entre as quais se destacam o código QR, pagamentos por referência, transacções online, transferências a crédito, débito directo, cartões de pagamento e transferências KWiK.
A conferência contou com intervenções de representantes do Banco Mundial, Banco da Reserva da Índia, Banco Nacional do Ruanda, Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) e da Associação das Sociedades Prestadoras de Serviço de Pagamento. Participaram ainda quitandeiras, taxistas, lojistas e mototaxistas, que partilharam as suas experiências práticas no uso de meios de pagamento electrónico, num painel moderado por Dorivaldo Adão, Director do Gabinete Provincial do Desenvolvimento Económico e Integrado de Luanda.
A sessão incluiu ainda uma exposição de produtos agrícolas e serviços de pagamento, promovendo a interacção directa entre prestadores de serviços e os utilizadores finais.
No encerramento da conferência, o Ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, destacou os avanços do país na modernização das infra-estruturas tecnológicas e de telecomunicações, sublinhando que esse progresso tem sido fundamental para a expansão dos serviços bancários e financeiros, com especial destaque para o crescimento da Rede Multicaixa, instrumento central da inclusão financeira em Angola.
O evento decorreu no âmbito da 2.ª edição do Ciclo Anual de Conferências do BNA, referente ao ano de 2025, e reuniu representantes de instituições bancárias, organismos internacionais, operadores económicos informais e sectores reguladores, num espaço de diálogo sobre as alternativas ao uso de numerário, com enfoque nas boas práticas nacionais e internacionais.