POC NOTÍCIAS | Ana Atalmira | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu, esta segunda-feira, 26 de Setembro, reduzir a Taxa Básica de Juro de 20% para 19,5%, reduzir taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez de 23% para 21% e manter inalterada a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 15%.
O CPM justifica que a decisão tomada teve em consideração o contexto externo e riscos inerentes, dada a exposição da economia angolana ao sector petrolífero e ao peso dos bens alimentares importados no cabaz de oferta ao mercado interno.
No plano nacional, o CPM destaca que os fundamentos macroeconómicos continuam animadores, sendo que o sector externo da economia tem vindo a beneficiar da melhoria dos termos de troca, com a conta de bens a registar um saldo superavitário de 23,3 mil milhões de dólares norte-americanos em termos acumulados até Agosto de 2022, um aumento de 78,5% comparativamente a igual período de 2021.
Este desempenho positivo, segundo o CPM reflecte o aumento do valor das exportações em 67,8% que excedeu o crescimento de 49,2% observado nas importações.
“As projecções do sector externo para os restantes meses do ano em curso mantêm-se positivas, não obstante a previsão de pressão em baixa do preço do barril de petróleo nos mercados internacionais, dadas as expectativas de abrandamento do ritmo de crescimento das principais economias mundiais”
As Reservas Internacionais, no final do mês de Agosto, situaram-se em 13,8 mil milhões de dólares norte-americanos, o que se traduz numa cobertura de cerca de 7 meses de importações de bens e serviços.
No que se refere à actividade financeira, comparativamente a Dezembro de 2021, destaca-se o crescimento em 7,1% do stock de crédito concedido em moeda nacional. Apesar da preocupação com o crédito mal parado que se situa em 21%.
No domínio monetário, a trajectória da Base Monetária em moeda nacional continua consistente com os objectivos de política monetária, tendo recuado 0,12% no mês de Agosto, correspondendo a contração no ano de 2,74%.
A inflação prossegue o seu percurso de desaceleração e no mês de Agosto fixou-se em 19,8%, abaixo dos 21,4% do mês anterior e dos 26,1% do período homólogo. As classes de Alimentação e bebidas não alcoólicas, Hotéis, cafés e restaurantes e de Lazer recreação e cultura foram as que mais contribuíram para a queda do ritmo de crescimento da inflação homóloga.
O Comité de Política Monetária mantém a perspectiva de a taxa de inflação no final do ano em curso situar-se abaixo da previsão inicial de 18%, caminhando para o objectivo de um dígito no médio prazo.