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O governo angolano pagou em 2022 362 mil milhões de kwanzas de divida a credores com destaque para a Empresa Nacional de Eletricidade (Ende) e empresas chinesas, segundo um relatório do ministério das Finanças (Minfin).
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Os pagamentos foram feitos no âmbito de 370 acordos de regularização da divida interna entre o Ministério das Finanças e as empresas credoras, dos quais 282 foram homologados no ano passado e os restantes em 2021.
A maior parte da dívida foi paga numa modalidade envolvendo pagamentos em numerário, Obrigações do Tesouro e compensações ou créditos fiscais, sendo os pagamentos em numerário os que tiveram maior peso (60%).
O Minfin foi a entidade com maior volume de dívida paga neste período (23% do total), seguido do Governo Provincial de Luanda (GPL) com 18% e do Ministério da Energia e das Águas, com 10%.
“As dívidas regularizadas associadas ao Ministério das Finanças representam pagamentos de atrasados relacionados com a construção das centralidades (bairros residenciais de custos controlados) e com a Ende, no âmbito dos subsídios ao preço da energia, através do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE)”
Entre as 308 empresas que beneficiaram de pagamentos destaca-se o volume de divida paga à ENDE, bem como a empresa chinesa Synohidro Construction e a angolana Carrinho Empreendimentos.
O conglomerado estatal chinês Citic Construction surge em quarto lugar na lista e a operadora de recolha resíduos angolana Nova Ambiental, na quinta posição.
A SEIP Infraestrutura e Construções, ligada à construtora brasileira Queiroz Galvão, a cubana Antex, a LTI Logística e Transportes ficaram, respetivamente em sexto, sétimo e oitavo lugar.
A Camarufi, empresa alegadamente pertencente aos generais Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, Leopoldino do Nascimento “Dino” e um sócio libanês, está também na lista dos dez credores que mais beneficiaram de pagamentos, tal como a empresa eslovena Proracun.
A maior categoria de pagamentos (60%) corresponde a despesas associadas à prestação de serviços como limpeza, segurança, serviços de consultoria, estudo e fiscalização, serviços de transporte, fornecimento de medicamentos, entre outros.
As despesas de capital, maioritariamente associadas às construções de infraestruturas, como estradas, edifícios, centrais elétricas, sistemas de distribuição de águas e outros, representaram 27% do total de pagamentos.
Por ultimo, as transferências – dívidas que o Estado tem com as empresas que prestam serviços ou fornecem bens à população em geral, cujo preço é subvencionado — corresponderam a 13% da dívida paga.