O mercado de títulos sustentáveis foi apontado como uma plataforma estratégica para financiar projectos com impacto ambiental e social positivo, durante o encerramento do Seminário de Formação sobre Mercado de Títulos Sustentáveis, promovido pela Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Na sua intervenção, o Vice-Governador Domingos Pedro sublinhou que o mercado de títulos sustentáveis representa hoje uma tendência global de investimento responsável, na qual empresas e governos procuram captar recursos para financiar projectos alinhados com os critérios ESG-ambientais, sociais e de governança.
“Este não é apenas um mercado de dívida. É um instrumento com impacto real, que financia energias renováveis, educação, saúde, saneamento básico e outras iniciativas que contribuem para uma economia mais sustentável e inclusiva”, destacou.
A transparência foi também apontada como pilar essencial deste segmento, uma vez que a emissão de títulos sustentáveis exige relatórios financeiros e de gestão claros sobre a utilização dos recursos e os impactos gerados, aumentando a confiança dos investidores.
Segundo Domingos Pedro, Angola tem vindo a consolidar o seu mercado de títulos, abrindo novas oportunidades de negócio e reforçando o compromisso com a sustentabilidade. O Vice-Governador lembrou que, em 2023, o Conselho de Supervisores do Sistema Financeiro (CSSF) recomendou aos operadores do mercado a adopção gradual dos Princípios de Sustentabilidade do Sistema Financeiro Angolano, alinhados com compromissos internacionais como o Acordo de Paris e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Estes princípios visam apoiar as instituições financeiras na adopção progressiva de práticas ESG, contribuindo pra a modernização e credibilidade do sistema financeiro nacional.
“Esta acção formativa permitiu alicerçar uma rede viva de cooperaçãao e diálogo institucional, reforçando o processo de integração dos critérios de sustentabilidade no Sistema Financeiro Angolano”, afirmou o Vice-Governador, sublinhando que este caminho é “essencial para promover investimentos responsáveis e uma economia mais resiliente, inclusiva e alinhada com os compromissos globais de desenvolvimento sustentável”.