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Luanda – O impacto das alterações climáticas, sem medidas de mitigação, pode fazer a economia angolana recuar entre 3 e 6% até 2050, segundo um estudo que admite um aumento da temperatura média anual até 2,5º em 2060.
Os dados constam no Relatório Sobre Clima e Desenvolvimento do País – CCDR, uma ferramenta de diagnóstico que visa explorar a interação entre as alterações climáticas e o desenvolvimento em Angola e identificar acções climáticas de grande impacto, hoje apresentado no Ministério da Economia e Planeamento, em Luanda
Desenvolvido pelo Banco Mundial em parceria com o governo angolano, o relatório indica que num cenário sem medidas de adaptação em Angola, e com eventos extremos mais graves (secas e inundações) a agricultura será duramente atingida, com uma produtividade agrícola até 7% mais baixa e a produtividade global dos trabalhadores poderá ser 4% inferior.
As perdas e danos causados pelas cheias poderiam reduzir o valor do stock de capital não-petrolífero em Angola em 3-4 por cento, segundo o documento a que a Lusa teve acesso.
“Como resultado, por volta de 2050, o stock de capital no setor não petrolífero poderia ser 4% inferior, uma vez que ativos como estradas, fábricas e maquinaria seriam destruídos por inundações e outros eventos extremos”, destaca.
Em Angola, o aquecimento acelerou significativamente nos últimos anos, com um aumento em cerca de 1,4°C da temperatura média anual desde 1951, que afetou sobretudo o sul de Angola, que sofre uma seca grave e prolongada desde a última década, com condições descritas como “as piores dos últimos 40 anos”.