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Luanda – O Executivo angolano está a preparar a estratégia e cronograma para a reprivatização da operadora de telecomunicações Unitel e a tomar medidas no sentido de acautelar o “bom funcionamento” da empresa.
Segundo um comunicado do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), a primeira reunião do grupo de trabalho que vai preparar o processo de reprivatização da Unitel teve lugar na sexta-feira.
O grupo de trabalho, constituído por quadros do IGAPE e da Sonangol, actuais acionistas da Unitel, bem como responsáveis da operadora, será responsável por preparar uma proposta de estratégia e cronograma de reprivatização, que suporte o despacho presidencial de autorização de reprivatização e norteie a sua implementação, indica-se na mesma nota.
A empresa de telecomunicações passou a ser totalmente detida pelo Estado angolano depois de serem nacionalizadas as participações sociais da Vidatel, pertencente a Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, e da Geni, pertencente ao general Leopoldino Fragoso dos Nascimento “Dino”, próximo do antigo chefe de Estado, que morreu em julho deste ano.
A Vidatel e a Geni detinham, no seu conjunto, 50% do capital da Unitel, mas na prática já estavam afastadas da gestão da empresa, quando em outubro, por decreto presidencial, as participações passaram para as mãos do Estado.
As decisões presidenciais foram justificadas com o “excecional interesse público” da Unitel para o Estado tendo em conta a sua posição estratégica do setor, por um lado, e as ações judiciais contraparte dos acionistas da Vidatel (Isabel dos Santos) e as fortes medidas restritivas no país e no estrangeiro contra o beneficiário efetivo da Geni (general ‘Dino’).
A Unitel é a maior empresa de telecomunicações móveis de Angola, “revestindo-se de excecional interesse público para o Estado, dada a posição estratégica do setor, o conhecimento técnico agregado, o perfil tecnológico moderno e a sua referência na empregabilidade nacional”, sublinha o IGAPE.
No comunicado refere-se ainda que “todas as medidas estão a ser acauteladas no sentido de salvaguardar o bom funcionamento do referido activo e garantir a continuidade e a salvaguarda do bem comum”.
Fonte: Lusa