Estatística do banco central e Emis não diz os nomes de bancos onde os cheques sem provisão foram apanhados. Se as ordens de levantamentos com ‘cheques carecas’ passassem, bancos sofreriam perda de 3.565 milhões Kz.
POC Notícias: Moisés Tchipalavela (geral@pocnoticias.ao)
Foto: D.R
Os 25 bancos comerciais do sistema bancário angolano mandaram para trás, até Agosto deste ano, um total de 600 cheques sem provisão, apresentados pelos clientes a estas instituições na intenção de ‘sacarem’ recursos ao caixa ou dar ordens de pagamentos, revelam as estatísticas do sistema de pagamento angolano referente a Agosto.
O documento, que agrega toda a informação respeitante às operações do sistema de pagamento, não diz, nome por nome, quais s bancos em que foram detectadas essas irregularidades e que procedimentos se seguiram para travar demais iniciativas destas, mas mostra que, se os cheques passassem, os bancos teriam perdido um total de 3.565 milhões de Kwanzas em fraude com cheques carecas.
Este número só foi baixo devido à tendência de redução que se vem assistindo nos últimos anos com a utilização de cheques, fenómeno que analistas ouvidos pelo POC-Noticias justificam com reforço de estratégias junto dos bancos comerciais para o combate à fraude bancária.
“No total, o ano 2021 já contabilizou 1.836 cheques devolvidos, instrumentos de pagamentos que, se passassem pelos bancos e com um aval de desembolso, teriam prejudicados os 25 operadores da banca nacional em mais de 11.083 milhões de kwanzas”
Entre as estratégias de combate à fraude com cheques carecas, está o surgimento da banca digital. Com este recurso, as pessoas têm outras vias de pagamento ou movimentação de dinheiro mais seguras, além de que a solicitação de cheques envolve custos de emissão e comissão.
Só em todo ano passado, foram apanhados um total de 1.274 cheques sem cobertura, documentos financeiros que, se ‘furassem’ a tesouraria dos documentos, teriam levado consigo um valor avultado de 7.117 milhões de kwanzas, o que deixaria os bancos com menos fluxos de caixas.
Os cheques carecas não foram a única matéria que os bancos comerciais mandaram para trás. Até Agosto, também foram recuados os cheques apresentado a banco errado, os cheques com divergência ou insuficiência de assinatura e os devolvidos por outros motivos.
“Só em todo ano passado, foram apanhados um total de 1.274 cheques sem cobertura, documentos financeiros que, se ‘furassem’ a tesouraria dos documentos, teriam levado consigo um valor avultado de 7.117 milhões de kwanzas, o que deixaria os bancos com menos fluxos de caixas”
Também por conta da redução da emissão dos cheques, os cheques apresentados em bancos errados verificaram uma queda substancial na sua execução em práticas de fraudes. Ou seja, se em 2019 todo só três cheques foram apresentados em bancos errados, o facto é que entre 2020 e Agosto deste ano nenhum cheque foi levado a um banco que não fosse o indicado no documento.
Também caíram o número de cheques com divergência ou insuficiência de assinatura. De 2020 a Agosto deste ano, os cheques saíram de 454 para os actuais 198 apresentados no último relatório estatístico da Emis, que é a empresa que gere a rede de ATMs e TPAs bem como a plataforma informática de suporte.
Já os cheques devolvidos por outros motivos, que têm sido, em regra, a maioria no rol de documentos mandados para trás, também desceram. De 2020 a Agosto deste ano, estes cheques saíram de 1.199 e 1.038.
No total, o ano 2021 já contabilizou 1.836 cheques devolvidos, instrumentos de pagamentos que, se passassem pelos bancos e com um aval de desembolso, teriam prejudicados os 25 operadores da banca nacional em mais de 11.083 milhões de kwanzas, valor que ultrapassa, de longe, os lucros de muito bancos na rede bancária angolana no exercício de 2020.
geral@pocnoticias.ao