Administração da empresa provedora de serviço de TV por satélite justifica estratégia com a necessidade de satisfazer as opções dos utilizadores daquele serviço do órgão pioneiro do ramo em Angola. Com estratégia, clientes vão poder escolher o número e os canais em que vão assistir seus programas preferidos.
POC Notícias: Domingos Barros
Foto: Carlos Aguiar
Um novo serviço que permite os clientes da Multichoice Angola selecionarem o número e canais de suas preferências deve ser lançado, nos próximos tempos, por aquela operadora pioneira de TV por satélite no país, numa estratégia que vem responder “às necessidades e preocupações” dos utilizadores daqueles serviços, anunciou a directora do departamento jurídico e regulatório da Multichoice Angola, Nair Pitra.
A justificar a estratégia estão as preocupações e necessidades dos utilizadores dos serviços daquela empresa de distribuição de televisão por satélite, que inclui opções de escolhas do quanto e do tipo de canais que cada subscritora deve ter no seu pacote de escolha, uma espécie de ‘self-service channels’.
Ao falar à imprensa, no final do ‘Media Show Case’, um evento anual, que tem como objectivo divulgar a oferta de conteúdos e apresentar projectos criados e desenvolvidos para os subscritores africanos da DSTV, Nair Pitra garantiu que o serviço de criação de conteúdos individuais já estava em cima da mesa, em análise pelo board da Multichoice Angola.
“Nos últimos tempos e com os desafios do mercado, estamos constantemente a analisar e avaliar as melhores formas de satisfazer os nossos clientes e obviamente que isso já foi uma das nossas preocupações. Está em curso e, provavelmente, para muito breve virá a ser possível para o subscritor montar o seu próprio pacote tendo por base alguns canais que serão residuais e acrescentar outros que provavelmente tornarão mais caro ou menos caro. Mas já é uma opção para muito breve”, assegurou Nair Pitra.
Questionada sobre as últimas alterações de preços dos pacotes observadas nos pacotes daquela empresa, a responsável considera que se trata de ajuste e não o que se propalou por aumento das tarifas. “O que fizemos o ano passado não foi um aumento de preços, foi apenas um ajuste e uma actualização para tentar compensar a desvalorização do Kwanza, mas que ainda assim não conseguimos comportar”, disse.
“O que fizemos o ano passado não foi um aumento de preços, foi apenas um ajuste e uma actualização para tentar compensar a desvalorização do Kwanza, mas que ainda assim não conseguimos comportar”
Ao balancear as actividades da operadora, Nair Pitra avançou que a operadora tem, entre as suas estratégias, “feito de tudo para deixar os seus subscritores satisfeitos, mas que o mercado precisa de entender que grande parte do nosso conteúdo é importado e o pagamento de um conteúdo importado obedece sempre a um pagamento de um valor em divisas”.
Nair Pitra disse mais: “repare que nós temos uma inflação na ordem dos 60% e o ano passado o nosso aumento foi na ordem dos 23% e foi faseado. Ainda nem conseguimos ter lucros, nós continuamos a equacionar a nossa satisfação dos nossos clientes”, disse a responsável.
“Temos feito de tudo para deixar os seus subscritores satisfeitos, mas que o mercado precisa de entender que grande parte do nosso conteúdo é importado e o pagamento de um conteúdo importado obedece sempre a um pagamento de um valor em divisas”
Multichoice aposta na produção de conteúdos local
À POC Notícias, Rui Conceição, director de Marketing da Multichoice Angola, avançou que, ao nível de conteúdos, a Multichoice tem o foco virado para a produção de conteúdo local e tem trabalhado conjuntamente com parceiros no desenvolvimento dos mesmos.
“Temos previstos pelo menos 3 novos formatos de conteúdo local. Uma novela, um talk show e um concurso de cultura geral. Até ao final de Outubro devem estrear todos eles”, avançou em exclusivo ao POC Notícias.
O director de marketing disse ainda que a produção local é feita em Angola pelos parceiros e com o seu próprio capital, sendo que a Multichoice investe na comunicação destes conteúdos e aconselhamento na produção dos mesmos. “Com a pandemia ouve uma desaceleração na produção de conteúdo local, mas temos vindo a recuperar e os conteúdos locais vão surgindo. Estamos dispostos em não deixar de investir em Angola porque é um mercado importante para a Multichoice. Estando no top 5 dos mercados mais importantes para a nossa empresa”, disse.
“Temos previstos pelo menos 3 novos formatos de conteúdo local. Uma novela, um talk show e um concurso de cultura geral. Até ao final de Outubro devem estrear todos eles”
No país há mais de 20 anos, a MultiChoice Angola conta com 25 sucursais, 710 pontos de venda, 460 agentes e 250 instaladores certificados em comunidades de todo o país.
Além dos serviços, a MultiChoice Angola tem sido, segundo a sua gestão, um contribuinte activo para a economia angolana, já que em 2019, distribuiu diretamente mais de 9 milhões de dólares em imposto para o PIB de Angola, “enriquecendo a vida das pessoas necessitadas por meio de iniciativas de valor social corporativo e orientadas para o valor, como a MultiChoice Talent Factory, que visa estimular as indústrias criativas de África por meio de treinamento e desenvolvimento de habilidades de aspirantes a cineastas angolanos”.