Foi apresentado hoje, em Luanda, o primeiro estudo nacional sobre Benefícios e Gestão do Capital Humano, sustentado por dados recolhidos junto de cerca de 120 organizações dos sectores privado, público, ONG’s e Agências de Cooperação. A iniciativa, conduzida pela Tempus Global Group, analisou cinco áreas centrais para o mercado de trabalho, nomeadamente a Compensação e Benefícios, Carreira, Ambiente de Trabalho, Cultura Organizacional e Equilíbrio entre Vida Profissional e Pessoal — este último avaliado pela primeira vez em Angola.
POC NOTÍCIAS | NATERCIA PADRE | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR

A pesquisa decorreu entre Julho e Outubro, tendo sido posteriormente prolongada até Novembro. Durante quatro meses, o questionário esteve disponível para profissionais de recursos humanos e directores de customer, permitindo a recolha de dados que, segundo Iraci Jane, Directora-Geral da Tempus Global Group, “oferecem uma fotografia realista das práticas de gestão de pessoas em Angola e permitem alinhá-las com as tendências globais”.
Os resultados revelam que a maioria dos trabalhadores das empresas participantes tem menos de 41 anos, com grande incidência entre os 35 e os 40 anos, fase marcada pela construção da vida familiar e pelo desejo de progressão profissional.
Outro dado relevante diz respeito à formação, que, 51% das empresas continuam a apostar maioritariamente em modelos presenciais, mais dispendiosos, apesar do crescente interesse em ferramentas digitais de aprendizagem como plataformas LMS, que podem reduzir custos e aumentar o acesso à qualificação.
O estudo indica também que mais de 51% das organizações inquiridas possuem mais de 100 colaboradores, com forte participação de empresas locais e crescente adopção de práticas modernas de gestão de capital humano.
No que diz respeito aos benefícios oferecidos, o 13.º mês destaca-se como o mais valorizado pelos trabalhadores, seguido da possibilidade de evolução profissional. O seguro de saúde surge em terceiro lugar entre as preferências dos colaboradores.
A adesão ao estudo foi dominada pelo sector privado, que representa a esmagadora maioria das respostas. Apenas 3% das organizações participantes pertencem ao sector público e 4% são ONG’s, números que evidenciam, segundo a organização, “ainda baixa sensibilização do sector público para a importância de ferramentas de diagnóstico na área de recursos humanos”.
No comparativo regional, Moçambique, onde a Tempus Global Group realiza esta pesquisa há cinco anos, registou 250 empresas participantes na edição mais recente, quase o dobro de Angola. A diferença é explicada pelo maior tempo de actuação da empresa naquele mercado e pela maturidade das iniciativas de monitorização do ambiente laboral.
A pesquisa passa agora a ter periodicidade anual, permitindo um acompanhamento contínuo das tendências e necessidades do mercado angolano. “O nosso objectivo é apoiar os profissionais de recursos humanos e contribuir para organizações mais eficientes, modernas e orientadas para as pessoas”, concluiu Iraci Jane.

@pocnoticias.ao





