A construção em 3D e a urgência de normalizar padrões de qualidade dominaram o debate da 4.ª edição do Sika Summit Angola, que reuniu, no dia 17 de Outubro, mais de 500 profissionais do sector da construção civil nas Galerias Isabel Fançony, em Luanda. O evento, organizado pela Sika Angola, combinou workshops técnicos e painéis estratégicos, com foco na inovação, sustentabilidade e regulação do mercado.
Para Ricardo Rocha, director-geral da Sika Angola, o encontro demonstrou que o país vive um momento de viragem na forma como encara a qualidade construtiva. “O número de inscritos superou as nossas expectativas e mostra que há um interesse real na normalização. As empresas estão a perceber que qualidade e durabilidade são tão importantes quanto o custo”, afirmou o responsável, defendendo que a melhoria da qualidade deve ser o principal objectivo da indústria.
Ricardo Rocha destacou ainda o avanço da construção com impressão 3D, que já é uma realidade em Angola. “Temos empresas nacionais a produzir casas em 3D — um feito que nos deve orgulhar, não apenas como inovação local, mas como parte de uma revolução global”, referiu, acrescentando que as novas tecnologias podem ajudar a reduzir custos de habitação e, simultaneamente, elevar os padrões de qualidade e durabilidade.
Durante o evento, quatro workshops técnicos abordaram temas como sustentabilidade, escolha de materiais, inovação e controlo de qualidade, traduzindo conhecimento técnico em soluções práticas para o mercado. A componente formativa reuniu engenheiros, estudantes e gestores, num esforço de actualizar práticas e incorporar novas ferramentas no processo construtivo.
Os dois painéis de debate da tarde exploraram o papel da normalização e da regulação num sector ainda marcado por assimetrias e pela dependência de importações. Moderado pelo economista Carlos Rosado de Carvalho, o painel principal destacou a necessidade de um quadro regulatório claro e de maior aposta na produção nacional de materiais certificados.
Para o director-geral da Sika, o fortalecimento da indústria local é o caminho para reduzir custos e aumentar a competitividade: “Se consumirmos mais produtos produzidos em Angola, as fábricas vão trabalhar com maior capacidade, e o custo da produção desce. As nossas indústrias já produzem com qualidade e merecem a confiança do mercado.”
O Sika Summit Angola, que se consolida como uma das principais plataformas de inovação técnica e networking da construção civil no país, encerrou com um consenso entre especialistas: o futuro do sector depende da combinação entre inovação tecnológica, regulação eficiente e aposta na produção local.