O Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, apelou este domingo, na abertura da 2.ª Cimeira África-CARICOM, a acções eficazes que viabilizem a justiça reparatória, defendendo que só uma estratégia comum poderá transformar o sofrimento colonial numa força geradora de progresso.
Sob o lema “Parceria Transcontinental na Busca da Justiça para os Africanos e os Afrodescendentes através de Reparações”, a cimeira decorre em Adis Abeba no mesmo ano em que a União Africana consagra 2025 à justiça reparatória. Lourenço sublinhou que os mecanismos já criados, como o Fundo Global de Reparação e o Mecanismo Afro-Caraibenho de Justiça Reparatória, devem servir de facilitadores de cooperação política e jurídica entre África e a Comunidade das Caraíbas.
O estadista destacou ainda os avanços económicos, nomeadamente a instalação do AfrexIMBank nas Caraíbas e os fóruns de comércio afro-caraibenhos, defendendo a necessidade urgente de modernizar portos e infraestruturas de transporte para dinamizar as trocas comerciais.
Na mesma intervenção, o presidente angolano propôs a criação do Conselho da Juventude União Africana–CARICOM, como órgão consultivo capaz de dar voz às novas gerações, e defendeu uma acção coordenada para enfrentar as mudanças climáticas, garantindo que África e Caraíbas sejam protagonistas de um futuro sustentável.
João Lourenço encerrou a sua intervenção com uma mensagem de solidariedade ao povo palestiniano, afirmando que a paz só será possível com a criação de um Estado da Palestina, condição essencial para que “palestinianos e judeus possam viver em harmonia”.