A Friburge alertou, durante a 40.ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA), para a ausência de infra-estruturas portuárias de recepção de resíduos marítimos em Angola – uma lacuna crítica que compromete o cumprimento da Convenção MARPOL e coloca em risco os ecossistemas marinhos do país.
Apesar de Angola ter ratificado a convenção internacional que regula a poluição causada por navios, o país continua sem instalações registadas junto da Organização Marítima Internacional (IMO), o que impede a gestão adequada dos resíduos provenientes da navegação comercial.
Reforçando o seu compromisso com a sustentabilidade ambiental, a Friburge promoveu uma mesa-redonda subordinada ao tema “Gestão Integrada de Resíduos Portuários ao abrigo da Convenção MARPOL”, que teve lugar hoje nas instalações da FILDA. O evento reuniu especialistas e representantes institucionais, incluindo o Porto de Luanda, a Direcção Nacional do Ambiente e a Administração Marítima.
Durante a sessão, o Administrador Executivo da Friburge, Eng.º Walter Venâncio, sublinhou:
“Angola encontra-se num momento decisivo para transformar os seus portos em referências de responsabilidade ambiental, alinhando-se com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).”
A Friburge revelou ainda dados preocupantes: entre 2022 e 2023, apenas no Porto de Luanda, cerca de 4.000 navios geraram mais de 55.000 toneladas de resíduos abrangidos pelos Anexos I e V da MARPOL. A inexistência de um sistema eficiente de recepção e tratamento representa, segundo a empresa, um risco ambiental significativo para os ecossistemas marinhos angolanos.
Como solução, a Friburge propôs a implementação de um sistema de taxa indirecta para a descarga de resíduos – modelo já adoptado em portos internacionais como Roterdão –, que permitiria garantir a rastreabilidade, o controlo e a entrega regular de resíduos pelas embarcações.
A empresa apresentou ainda soluções tecnológicas de ponta para a gestão dos resíduos abrangidos pelos seis anexos da MARPOL, incluindo unidades de tratamento de óleos e lamas contaminadas, sistemas de neutralização química para resíduos líquidos nocivos, estações de tratamento de águas residuais, bem como infraestruturas específicas para resíduos sólidos e atmosféricos.
A participação da Friburge na FILDA vem reforçar o seu posicionamento enquanto agente activo na promoção de práticas sustentáveis e no alinhamento de Angola com os mais exigentes padrões ambientais internacionais.





