O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu manter as principais taxas directoras e reduzir o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional, com o objectivo de estimular o financiamento ao sector real da economia.
Reunido na cidade do Soyo, Província do Zaire, nos dias 17 e 18 de Julho, o Comité optou por manter a Taxa BNA em 19,5%, a Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 20,5% e a Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 17,5%. No entanto, reduziu o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional de 19% para 18%.
Segundo o comunicado, a manutenção das taxas reflecte o ambiente de incertezas no cenário internacional e os impactos do ajustamento dos preços administrados no país. Já a redução das reservas obrigatórias visa facilitar o acesso ao crédito e promover maior dinamismo económico.
A inflação homóloga em Angola recuou para 19,73% em Junho, contra os 20,74% de Maio e 31% em igual período de 2024. Este abrandamento deve-se ao aumento da oferta interna de produtos, melhores condições monetárias e estabilidade cambial.
O crédito à economia também apresentou crescimento: 6,46 biliões de kwanzas em Junho, mais 3,18% face ao mês anterior, representando uma variação homóloga positiva de 31,24%.
No sector externo, o saldo da conta de bens registou superavit de 1,25 mil milhões de dólares em Junho, um aumento de 36,33% face a Maio. Ainda assim, o saldo acumulado até Junho (7,29 mil milhões USD) ficou aquém dos 11,90 mil milhões USD registados no primeiro semestre de 2024. As Reservas Internacionais mantêm-se sólidas, fixando-se em 15,65 mil milhões de dólares, o equivalente a 7,88 meses de cobertura das importações.