Venâncio Mondlane, antigo candidato à Presidência da República de Moçambique, foi retido na manhã desta quinta-feira no aeroporto de Luanda, onde desembarcou a convite da UNITA para participar numa conferência internacional em Benguela, alusiva ao 59.º aniversário do maior partido da oposição em Angola.
Além de Mondlane, os ex-presidentes do Botswana, Ian Seretse Khama, e da Colômbia, Andrés Pastrana Arango, também foram impedidos de seguir viagem, numa acção que levanta questões sobre liberdade política e diplomacia regional.
Embora os motivos do impedimento ainda não tenham sido oficialmente divulgados, fontes ligadas à UNITA suspeitam de interferência do partido no poder, sugerindo uma estratégia para enfraquecer as celebrações do aniversário, limitando a presença de figuras políticas de relevo.
O incidente já começa a repercutir-se internacionalmente, aumentando a pressão sobre as autoridades angolanas para esclarecerem a situação e garantirem o respeito pelos direitos dos convidados estrangeiros. A retenção destas personalidades lança um alerta sobre o estado da democracia e do espaço político em Angola, num momento que deveria ser marcado pelo diálogo e pela celebração do pluralismo.