A autoestrada Abidjan-Lagos, que deverá ligar as megacidades de cinco países da África Ocidental até 2030, vai tornar-se um poderoso polo económico e industrial graças à iniciativa de desenvolvimento promovida pelo Banco Africano de Desenvolvimento.
O projecto de construção desta autoestrada costeira transnacional de 1.028 quilómetros, que ligará a Costa do Marfim à Nigéria, atravessando o Gana, o Togo e o Benim, está a avançar a passos largos. As obras deverão começar em 2026 e estar concluídas em 2030, revelou o Banco Africano de Desenvolvimento num workshop online realizado recentemente.
Sob a liderança do Banco, já foram realizados estudos de viabilidade, opções de financiamento para a autoestrada e disposições institucionais para a operacionalização da Autoridade de Gestão do Corredor Abidjan-Lagos, explicou Mike Salawou, director do departamento de infraestruturas e desenvolvimento urbano do Banco, que foi representado na reunião por Marco Yamaguchi, Chefe de Divisão do mesmo departamento.
“Este corredor de transportes deve tornar-se um corredor económico, e o Banco lançou a Iniciativa de Desenvolvimento Espacial para permitir uma industrialização transformadora ao longo da autoestrada, a fim de estimular o crescimento dos grandes centros económicos”, prosseguiu Mike Salawou.
Num relatório apresentado pela empresa de consultoria responsável pela elaboração da Iniciativa de Desenvolvimento Espacial, foram identificadas 206 intervenções específicas na área de influência da autoestrada, que poderão exigir, numa primeira fase, investimentos de cerca de 6.800 milhões de dólares, a realizar principalmente pelo sector privado. As áreas visadas para o investimento transformador incluem a energia, incluindo as energias renováveis, a indústria transformadora, os transportes e a logística, a agricultura e a agroindústria, as TIC, o turismo, a exploração mineira e as zonas económicas especiais.
“Esta abordagem dos corredores económicos também se sobrepõe naturalmente ao grande desenvolvimento urbano. Apoiará o crescimento dos principais polos económicos e melhorará as ligações entre as megacidades urbanas, as cidades secundárias e as zonas rurais dos cinco países”
De acordo com Chris Appiah, Diretor dos Transportes da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), “o objectivo final é assegurar que o corredor e as actividades económicas a desenvolver contribuam para a agenda de integração regional da CEDEAO. Trata-se de um projecto integrado que, uma vez implementado, nos ajudará a alcançar a união económica que desejamos na nossa região”.