Até 2040, até 60% da matriz energética africana será movida a combustíveis fósseis, observou Anibor Kragha, Secretário Executivo da Associação Africana de Refinadores e Distribuidores, num painel de discussão, realizado hoje, 3 de Outubro, durante a Conferência Angola Oil & Gas (AOG).
Anibor Kragha, destacou a necessidade fundamental de se investir com mais intensidade em infraestruturas a jusante. Embora estejam a ser feitos esforços para reduzir as importações de petróleo, Kragha apresentou três recomendações para expandir as infraestruturas a jusante, fortalecer o comércio regional e reforçar a segurança energética.
“A primeira é a regulamentação coordenada, harmonizada e regional – é essencial fazê-lo. Se não tivermos regulamentações harmonizadas, não teremos mercados harmonizados. Em segundo lugar, é preciso ter preços e produtos baseados no mercado. Por fim, é necessário focar nas infraestruturas para minimizar os riscos na cadeia de abastecimento. Utilizamos camiões, mas deveríamos estar a usar caminhos de ferro, optimizar portos, entre outros,” indicou.
Por seu turno, Orlando Chongo, Director de Cobertura para o Oceano Índico e África Lusófona do Banco de Desenvolvimento do Comércio, salientou a necessidade de melhorar o acesso ao financiamento para os intervenientes a jusante. Embora existam planos para fortalecer a capacidade de infraestruturas, é necessário tornar o capital mais acessível.
Para a petrolífera nacional, Sonangol, a expansão da infraestrutura a jusante é uma prioridade. A empresa está a privilegiar investimentos em refinarias, distribuição e infraestruturas portuárias para fortalecer o comércio regional. Três novos projectos de refinação estão, actualmente, em construção: o projecto de Cabinda, com capacidade para 60.000 barris por dia (bpd) – que entrará em operação este ano; a Refinaria do Soyo com capacidade para 100.000 bpd; e a Refinaria do Lobito com capacidade para 200.000 bpd.
Outros projectos incluem o Terminal Oceânico da Barra do Dande. De acordo com Mauro Graça, CEO da Sonangol Distribuição e Marketing, “este terminal não só nos permitirá ser autossuficientes em termos de capacidade de armazenamento, como também permitirá cumprir as nossas reservas estratégicas. Com este investimento, não estamos apenas a pensar em Angola, mas também na região. Com a refinaria de Cabinda, precisaremos de mais capacidade de armazenamento e de exportação. Estamos a investir em 24.000 metros cúbicos de capacidade adicional de armazenamento. Também temos um projecto para criar uma linha marítima, para que navios maiores possam operar em Cabinda.”
O foco de Angola no fortalecimento da logística portuária será essencial para impulsionar as exportações – tanto a nível regional como internacional. Sara Silva, Gestora de Conformidade Legal na FAMAR, destacou que o transporte marítimo é essencial para o comércio global.
“Tem-se mostrado a forma mais económica de transporte, permitindo o envio de grandes volumes de carga e reduzindo o custo por unidade transportada. Para além de garantir a oportunidade de ligar mercados, conectando África ao mundo,” sustentou.
Já no sector retalhista, estão em curso esforços para aumentar o número de estações de serviço em todo o país. Óscar Sequesseque, Director Comercial da Pumangol, partilhou que a empresa está focada em acelerar a capacidade de armazenamento de combustível em território angolano. Desta forma, Angola visa melhorar o acesso a produtos de combustível acessíveis e de origem local.
Fonte: pt.angolaoilandgas.com